Terça-feira, 09 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de dezembro de 2025
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) manifestou seu apoio à pré-candidatura à Presidência do senador Flávio Bolsonaro (PL), anunciada na sexta-feira (6). “Sobre a escolha que o Bolsonaro fez em nome dele (Flávio), é isso, o Flávio vai contar com a gente”, afirmou.
“Como foi amplamente noticiado, e o próprio Flávio falou disso, ele esteve comigo na sexta-feira passada. Nós conversamos sobre isso”, afirmou Tarcísio. E emendou: “Sempre disse que eu ia ser leal ao Bolsonaro, que eu sou grato ao Bolsonaro, eu tenho essa lealdade e é inegociável”, destacou.
Para o governador, o filho de Bolsonaro passa a ter uma responsabilidade a partir de agora. “Flávio tem uma grande responsabilidade. A partir de agora ele se junta a outros grandes nomes da oposição que já colocaram os seus nomes à disposição.”
E finaliza: “São muitas questões que vão demandar projeto, que vão demandar esforço, que vão demandar liderança, e o Flávio agora se apresenta para fazer parte, para liderar, para encabeçar esse projeto. Para isso vai contar com o nosso suporte”.
Bastidores
Aliados de Jair Bolsonaro avaliam como desastrosa a afirmação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) de que tem um preço para desistir da candidatura à presidência em 2026.
Na sexta, Flávio se apresentou como escolhido do pai para enfrentar Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pelo Palácio do Planalto, derrubando a Bolsa de Valores brasileira, fazendo o dólar subir e afastando lideranças de centro-direita da família do ex-presidente. Dois dias depois, sinalizou que poderia desistir.
“Tem uma possibilidade de eu não ir até o fim e eu tenho um preço para isso, que eu vou negociar. Eu tenho um preço, só que eu só vou falar para vocês amanhã”, afirmou Flávio, no domingo (7).
A afirmação foi considerada desastrosa por deixar evidente a falta de estratégia da família Bolsonaro, além de expor que ela está disposta a vender o apoio político em 2026 em troca da anistia para o ex-presidente, preso por tentativa de golpe de Estado e inelegível em razão de condenações também na Justiça Eleitoral.
No entorno de Bolsonaro, a iniciativa de Flávio é vista como uma tentativa da família de agradar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e evitar que o norte-americano retire as sanções contra Alexandre de Moraes e outras autoridades brasileiras em razão do julgamento do golpe.
Esse cenário, que passou a ser plausível com a aproximação entre Trump e Lula, significaria uma derrota completa da empreitada da família Bolsonaro junto aos EUA: incapaz de salvar o ex-presidente de uma condenação pelo STF, e um presente para o PT explorar na campanha eleitoral de 2026.
Com Bolsonaro preso, a ideia seria lançar alguém com sobrenome Bolsonaro para sinalizar ao governo Trump ainda haver perspectiva de a família voltar ao poder.