Sábado, 06 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de dezembro de 2025
As vendas aos EUA começaram a cair em agosto, quando o tarifaço de 50% entrou em vigor
Foto: Reprodução de TVO tarifaço que os Estados Unidos impuseram aos produtos brasileiros já foi derrubado para vários alimentos, como café e carne, mas não para o ovo. A decisão do presidente Donald Trump de sobretaxar o Brasil em 50%, a partir de agosto, acabou com a “festa” da exportação do alimento para aquele mercado.
Com a “crise do ovo” nos EUA, as vendas do produto brasileiro para o país haviam disparado no início do ano. O mercado norte-americano enfrentava uma grande redução na produção local, por conta de um surto de gripe aviária, e havia relatos de uma dúzia de ovos sendo vendida ao equivalente a R$ 60 em alguns supermercados.
Os EUA chegaram a mudar suas regras para o ovo brasileiro: até janeiro deste ano, ele só podia ser usado para ração. Depois, passou a poder ser ingrediente de alimentos processados, como misturas para bolo ou sorvete, mas não pode ser vendido in natura nos supermercados.
Em janeiro, os EUA compraram 220 toneladas de ovos do Brasil. Esse número disparou até passar de 5 mil toneladas em junho, mantendo um patamar alto até o mês seguinte, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).
As compras começaram a cair em agosto, quando o tarifaço de 50% entrou em vigor. Em outubro, apenas 41 toneladas foram enviadas para o mercado norte-americano.
A “crise do ovo” também perdeu fôlego nos EUA. O pico aconteceu em março, com a dúzia sendo vendida por US$ 6,22 (cerca de R$ 33), informou o Bureau of Labor Statistics, agência federal que analisa o preço dos alimentos para o consumidor. O dado mais recente, de setembro, diz que o preço caiu para US$ 3,48 (R$18,48).
Mesmo assim, na comparação entre janeiro e outubro deste ano e o mesmo período de 2024, as vendas de ovos brasileiros para os EUA tiveram uma alta de 1.037,52%. Com isso, a disparada dos primeiros meses do ano deverá fazer com o que o Brasil encerre 2025 com alta de 116,6% nas exportações, projeta a ABPA.