Economia Taxa básica de juros pode aumentar para 14,25% ao ano na quarta-feira
Por Redação O Sul | 26 de julho de 2015
Inclinados a acreditar que o BC (Banco Central) poderia reduzir o ritmo de alta dos juros na próxima quarta-feira por causa da economia debilitada, analistas do mercado financeiro voltaram a rever suas projeções às pressas na sexta-feira. O estopim da reviravolta foi um discurso extremamente duro feito pelo diretor de Política Econômica da instituição, Luiz Awazu Pereira da Silva, para quem, é preciso “manter a cautela”.
Diante das projeções cada vez piores para o PIB (Produto Interno Bruto) tanto de 2015 como de 2016, uma parte do mercado chegou a trabalhar com a possibilidade de que a Selic (taxa básica de juros) – hoje em 13,75% ao ano – poderia subir 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Agora, a alta mais provável é de 0,50 ponto. “É primordial ser vigilante para se certificar de que a política monetária reflete o balanço de riscos a partir de agora e continua a ser devidamente calibrada para atingir o nosso objetivo”, disse Silva, em um seminário no Rio de Janeiro (RJ).
Riscos
A cinco dias do anúncio do rumo da Selic, o diretor salientou que, apesar de alguns inegáveis resultados positivos, dados recentes mostram que existem novos riscos para a inflação de 2016 que podem afetar os horizontes a longo prazo. Silva não deixou claro quais seriam os riscos. O fato novo mais forte da economia dos últimos dias foi a mudança feita pelo Ministério da Fazenda de redução da meta de superávit primário de 2015 de 66,3 bilhões de reais (1,13% do PIB) para 8,7 bilhões de reais (0,15% do PIB).
“As políticas monetárias e [a política] fiscal estão ligadas”, afirma Caio Megale, economista do Itaú Unibanco. Na semana passada, o banco reduziu a projeção de alta da Selic de 0,50 ponto percentual para 0,25, mas não descarta que o Copom possa subir os juros em 0,50 diante das mudanças no cenário econômico. (AE)
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