Segunda-feira, 02 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 29 de abril de 2023
A taxa de juros do cartão de crédito rotativo subiu 13,1 pontos percentuais, a 430,5% ao ano em março, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O rotativo é a linha de crédito pré-aprovada no cartão e inclui também saques feitos na função crédito do meio de pagamento. No caso de inadimplência do cliente, o banco deverá parcelar o saldo devedor ou oferecer outra forma para quitar a dívida em condições mais vantajosas dentro de 30 dias.
Já a taxa do parcelado do cartão subiu 2,4 pontos para 192%. Assim, a taxa de juros total do cartão de crédito subiu 0,1 ponto para 101,7% em março. No cheque especial, a taxa de juros cobrada caiu 5,1 pontos em março, para 129,1%.
O BC informou ainda que a taxa de juros média anual cobrada pelo sistema financeiro nas operações de crédito subiu 0,4 ponto percentual em março, para 31,6%. Em 12 meses, houve elevação de 4,7 pontos percentuais.
A taxa cobrada das pessoas jurídicas, por sua vez, saiu de 21,2% em fevereiro para 21,5%. Para as pessoas físicas, a taxa ficou em 36,9%, vinda de 36,4%. Nos recursos livres, a taxa média variou de 44,2% em fevereiro para 44,3% em março.
Já o spread, que mede a diferença entre as taxas que os bancos cobram nos empréstimos e o custo de captação desses recursos, ficou estável em março em 20,9 pontos. Nas operações de crédito com pessoas físicas, o spread ficou estável em 26,8 pontos. No crédito às empresas, ficou em 9,7 pontos em março, contra 9,6 pontos no mês anterior.
Corte de juros
Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, formalizaram a criação de um grupo de trabalho com o BC para debater as causas e propor soluções para os juros elevados do cartão de crédito.
No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro subiu de 189,6% para 192,0% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 101,6% para 101,7%.
Desde abril de 2017, há uma regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos.
A intenção era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.