Sexta-feira, 09 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2022
O rotativo do cartão é uma das modalidades de crédito mais acessadas em momentos de dificuldade.
Foto: ReproduçãoA taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito avançou 8,8 pontos percentuais em outubro, na comparação com setembro, e atingiu 399,5% ao ano, segundo dados apresentados nesta segunda-feira (28) pelo BC (Banco Central).
De acordo com as estatísticas monetárias e de créditos da autoridade monetária, as taxas do rotativo apresentam uma variação de 52,1 pontos percentuais no acumulado deste ano e de 57,3 pontos percentuais nos últimos 12 meses. Com a escalada, o patamar é o maior desde agosto.
Com a evolução da taxa média de juros do cartão, um consumidor que cair no rotativo com uma dívida no valor de R$ 1 mil terá que desembolsar R$ 3.995 para quitar o saldo devedor com o banco após um ano.
O rotativo do cartão é uma das modalidades de crédito mais acessadas em momentos de dificuldade. No caso do uso parcelado do recurso, a tarifa média cobrada aos consumidores foi de 184,5% em outubro, patamar 1,1 ponto percentual inferior ao apurado em setembro.
Cheque especial
Diferentemente da evolução das taxas do cartão de crédito, o relatório mostra uma queda de 1,8 ponto percentual da taxa média praticada no cheque especial na passagem de setembro para outubro, de 134,3% para 132,5%, o menor patamar desde abril.
Como alternativa às linhas de crédito mais caras do mercado, o consumidor pode aderir ao crédito consignado, cuja taxa média foi de 27,6% em outubro, valor 2,2 pontos percentuais superior à tarifa praticada em setembro.
O movimento das altas taxas de juros ao consumidor pode ser justificado pela sequência de elevações da taxa básica de juros, que saltou 11,75 pontos percentuais, de 2% para 13,75% ao ano, em um ano e meio e figura no maior patamar desde o início de 2017.
Lojas
A inadimplência que não para de crescer no País não poupou as grandes varejistas, sobretudo as de moda. Empresas como Renner, C&A e Riachuelo, que apostaram nos cartões de marca própria como estratégia para fidelizar os clientes e ampliar as vendas, viram os atrasos no pagamento crescerem com a alta de juros e o aperto na renda dos consumidores.
O aumento da inadimplência ocorre tanto nos cartões bandeirados – em parceria com outras instituições financeiras – como nos do tipo private label, que são operados por financeiras das próprias varejistas e só podem ser usados nas suas lojas.
Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a inadimplência em carnês de loja, o que inclui a modalidade private label, ficou em 19,5% em outubro. A taxa é maior que a média dos últimos cinco anos, que foi de 16%.
Na Renner, a parcela dos clientes com prestações vencidas sobre a carteira do cartão próprio da loja atingiu 33,90% no terceiro trimestre deste ano, ante 26,50% em igual período de 2021. Na carteira total, que inclui a operação bandeirada, a porcentagem de vencidos foi para 27,3% no terceiro trimestre deste ano, contra 19,4% no mesmo período do ano anterior.