Domingo, 23 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de novembro de 2025
Um vídeo que circula nas redes sociais e foi exibido pela TV estatal chinesa voltou a despertar preocupação entre especialistas e a curiosidade de muitos. As imagens mostram cães-robôs equipados com fuzis automáticos avançando por um campo de treinamento, disparando sob comando remoto e acompanhados por soldados do Exército de Libertação Popular (ELP). Segundo Pequim, os equipamentos integram uma estratégia de modernização voltada para operações anfíbias, com foco em um possível ataque à ilha de Taiwan.
As cenas destacam uma “matilha” de máquinas metálicas movidas por inteligência artificial, projetadas para abrir caminho em áreas consideradas de alto risco. A mídia estatal afirma que os robôs conseguem atravessar trechos de até 200 metros – antes percorridos por soldados sob intenso perigo – em cerca de 30 segundos. As unidades teriam alcance de cerca de 2 km a partir de seus centros de controle, autonomia para mais de duas horas de combate e capacidade de carga de até 20 quilos.
Tecnologia e estratégia
Nos exercícios, os cães-robôs aparecem avançando sob cobertura de drones e artilharia, compondo a primeira onda de ataque em uma operação simulada. A formação típica, segundo a emissora, inclui um robô de reconhecimento, dois armados com fuzis automáticos e outro responsável por transportar munição e suprimentos médicos. Capazes de transpor arame farpado e obstáculos diversos, as máquinas são apresentadas como parte do esforço chinês para substituir o risco humano em ofensivas de alto custo.
Apesar da demonstração impressionante, especialistas militares ouvidos por veículos internacionais apontam limitações importantes. Eles afirmam que os robôs carecem de defesas eficientes e dependem fortemente de apoio humano, o que reduz seu impacto real em um cenário de guerra. Para analistas, a exibição também funciona como instrumento político, reforçando a narrativa de modernização militar conduzida pelo presidente Xi Jinping.
O vídeo foi divulgado dias após a China colocar em operação o Fujian, seu maior e mais avançado porta-aviões, durante cerimônia na ilha de Hainan com a presença de Xi. Com 305 metros de comprimento e 80 mil toneladas, o navio consolida o país como a segunda maior força de porta-aviões do mundo, ampliando sua disputa por supremacia naval com os Estados Unidos.