Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2016
A Le Dôme, uma suíte de mais de 80 metros quadrados no hotel Le Cinq Codet, no coração de Paris (França), leva esse nome pela deslumbrante vista que oferece para o Dôme des Invalides, o domo sob o qual Napoleão Bonaparte está enterrado.
Se esse panorama não lhe parecer atraente, caminhe até a ponta oposta do terraço privativo e contemple a torre Eiffel. Caso essa vista também o canse, há sempre a hidromassagem. Do lado de dentro, há um sofá em forma de croissant, um televisor com tela Oled (superior ao Led) curva, dois banheiros, um quarto de vestir e uma banheira decorada com pétalas de rosa brancas. A diária começa em cerca de 2 mil dólares (7,2 mil reais). Não faça essa cara. A Le Dôme é uma das suítes de luxo mais baratas que se pode encontrar hoje em dia.
Considere a cobertura do Mark Hotel, em Manhattan (EUA), que você pode reservar por 75 mil dólares (270 mil reais). Essa cobertura com cinco dormitórios e sala de estar de pé direito de 7,80 metros pode ser transformada em salão de baile. Com mais de 1 mil metros quadrados, ocupa dois pisos e é descrita como a maior dos EUA. Há seis banheiros, dois bares, quatro lareiras, uma cozinha, uma estufa, uma biblioteca e um terraço no topo, do qual se pode ver o Central Park.
Esse valor, aliás, é a quantia que pesquisadores da Universidade de Princeton (EUA) dizem que uma pessoa precisa ganhar por ano para ser maximamente feliz.
Consumo de luxo.
Alguns hotéis estão apostando nisso. O consumo de luxo dos domicílios mais ricos dos Estados Unidos teve crescimento estimado em 6,6% no ano passado, de acordo com estudo da YouGov, uma organização de pesquisa de mercado. “Os gastos do 1% mais rico atingiram níveis sem precedentes”, de acordo com o relatório.
Dos Estados Unidos a Hong Kong, os mais robustos setores da hotelaria hoje são o econômico e o de luxo.
Quando a classe média estava ascendendo, os hotéis de categoria média também o faziam. “Agora, o meio foi esvaziado, e o que temos são hotéis se saindo muito bem na porção inferior e na porção superior”, afirma Parag Vohra, gerente de hotéis da Sojern, uma companhia de tecnologia para viagens.
Palavras como “suíte” e “luxo” significam coisas distintas em diferentes culturas, lugares e contextos. Aliás, o termo suíte nem sempre esteve associado ao luxo. “Era só um upgrade”, diz Vohra. “Um produto mais espaçoso. Mas não era luxo.”
A noção sobre o assunto varia no planeta. No Ocidente, luxo em geral significa elegância discreta (cores contidas, muita luz natural). Nos países da Ásia e do Oriente Médio, tipicamente é sinônimo de opulência e serviço, ter funcionários do hotel atendendo ao hóspede no quarto ou conduzindo-o ao restaurante.
Em outras palavras, uma suíte de luxo não envolve apenas o lado físico; ela porta consigo o prestígio e um dado calibre de serviço. (Folhapress)
Voltar Todas de Viagem e Turismo