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Por Redação O Sul | 17 de outubro de 2016
O presidente Michel Temer desembarca nesta semana em Tóquio, no Japão, com a missão de desfazer o mal-estar deixado pela ex-presidenta Dilma Rousseff. Será a primeira visita de um líder brasileiro desde 2006, compromisso que deveria ter sido cumprido por Dilma, mas foi cancelado duas vezes.
A primeira desistência, em meio aos protestos e manifestações de junho de 2013, irritou tanto o governo japonês quanto diplomatas brasileiros em Tóquio, que ficaram sabendo pela imprensa a apenas uma semana da data marcada. A gota d’água para os japoneses foi o segundo cancelamento, no final de novembro do ano passado, também dias antes da visita.
A presidenta decidiu encurtar sua turnê internacional por causa do agravamento da crise política, após a prisão do ex-senador Delcídio do Amaral pela Operação Lava-Jato. A desfeita azedou de vez as relações com um país em que o planejamento é feito com meses de antecedência – e implica gastos com reservas de hotel, refeições, transporte e outros serviços. Poucas semanas antes, a presidenta já havia deixado o príncipe Akishino esperando 20 minutos em uma visita em Brasília.
Temer também contribuiu com o clima de mal-estar ao não receber o primeiro-ministro Shinzo Abe no encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio, no final de agosto. Embora o presidente negue, a ausência foi atribuída ao medo de mais vaias, como a que recebeu na abertura do evento.
Ponte
A experiência olímpica, no entanto, deve refazer a ponte entre brasileiros e japoneses. Os Jogos são considerados importantes para que o Japão dê um impulso na sua economia, estagnada há três décadas, e reforce sua força política na Ásia.
Sob o slogan “From Rio to Tokyo”, o Brasil tentará capitalizar a realização de um evento de porte sem incidentes graves. A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, se declarou impressionada com as instalações provisórias dos Jogos cariocas. Tóquio sediará a Olimpíada de 2020. (Folhapress)