Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de março de 2019
O juiz federal Marcelo Bretas afirmou que “é convincente” a conclusão da força-tarefa da Operação Lava-Jato de que o ex-presidente da República Michel Temer “é o líder da organização criminosa”. Temer e o ex-ministro Moreira Franco foram presos nesta quinta-feira (21) por ordem do magistrado.
“É importante que se tenha em mente que um dos representados, Michel Temer, professor renomado de Direito e parlamentar muito honrado com várias eleições para a Câmara Federal, era à época o vice-presidente da República do Brasil. Recentemente, inclusive, ocupou a Presidência do nosso País. Daí o relevo que deve ser dado à análise de seu comportamento, pois diante de tamanha autoridade é igualmente elevada a sua responsabilidade”, afirmou Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro.
O magistrado determinou ainda a prisão do coronel reformado da Polícia Miliar João Baptista Lima Filho – o coronel Lima –, da sua mulher, Maria Rita Fratezi, e dos empresários Carlos Alberto Costa, Carlos Alberto Costa Filho, Vanderlei de Natale e Carlos Alberto Montenegro Gallo. O juiz federal também decretou as custódias temporárias de Rodrigo Castro Alves Neves e Carlos Jorge Zimmermann.
Marcelo Bretas ordenou busca e apreensão nos endereços desses investigados, da filha do ex-presidente da República Maristela Temer, do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, de Ana Cristina da Silva Toniolo e de Nara de Deus Vieira. Também foram realizadas buscas nas empresas vinculadas aos investigados pela Operação Lava-Jato.
Defesa
O advogado Eduardo Carnelós, que defende Michel Temer, afirmou que a prisão do ex-presidente “é uma barbaridade”. O MDB, por meio de nota, “lamenta a postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da República Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa”.
Coronel
Amigo próximo de Temer e alvo de mandado de prisão, o coronel Lima tentou esconder celulares ao ser preso nesta quinta, segundo informações da jornalista Natuza Nery, da Globonews. De acordo com ela, Lima tentou esconder os aparelhos debaixo de uma almofada de um sofá quando os policiais federais entraram no seu apartamento.