Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2019
O ex-presidente Michel Temer (MDB), preso desde quinta-feira da semana passada na sede da PF (Polícia Federal), na Lapa, em São Paulo, foi transferido nesta segunda-feira (13) para o CPC (Comando de Policiamento de Choque), da PM (Polícia Militar), localizado na Luz, região central da cidade. A PF alegou não ter condições de abrigá-lo. Por ser ex-presidente e advogado, a defesa alegou que Temer tem direito a uma sala de estado maior, o que não há no prédio da PF Lapa.
A juíza Carolina Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal, no Rio de Janeiro, aceitou pedido da PF e determinou a transferência. Antes de ser levado para a sede do Choque, o ex-presidente passou por exame de corpo de delito na sede do IML (Instituto Médico Legal) localizada no Centro da capital.
A Polícia Militar cogitou outras duas salas, ambas no prédio que abriga a Cavalaria, na Rua Dr. Jorge Miranda, a mesma rua em que fica o CPChoque. Temer passou uma noite em uma sala de reunião no 9º andar do prédio da Superintendência da PF, a poucos metros do gabinete do superintendente. O espaço tem cerca de 20 m², usado em reuniões e para entrevistas coletivas, e não tinha banheiro. No dia seguinte, Temer foi levado para outro local – uma sala no 10º andar, onde há banheiro, onde ficou no final de semana. Ele dispensou o direito a banho de sol, mas pediu para caminhar no corredor.
Nova sala
Temer ficará na sala reservada ao subcomandante do Choque, um gabinete com banheiro privativo, frigobar, cama e mesa de reunião. Essa sala está vazia há 15 dias, depois que o subcomandante do CPChoque, coronel Strainfinger, se aposentou. Temer vai receber a comida que os praças e os oficiais comem, mas continuará podendo receber alimentos por meio de seus assessores.
Irregularidades em Angra 3
Temer é acusado de chefiar uma organização criminosa que teria recebido R$ 1,091 milhão em propina nas obras da usina nuclear de Angra 3, operada pela Eletronuclear. O ex-presidente foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O MPF (Ministério Público Federal) do Rio de Janeiro afirma que a soma dos valores de propinas recebidas, prometidas ou desviadas pelo suposto grupo chefiado pelo ex-presidente ultrapassa R$ 1,8 bilhão. Também se entregou à PF na tarde desta quinta João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo do ex-presidente e sócio da empresa Argeplan. O coronel dormiu no Presídio Romão Gomes, da Polícia Militar, no Tremembé, Zona Norte da capital.