Brasil Temer encontra dificuldades para a composição do eventual governo
Por Redação O Sul | 23 de abril de 2016
As intensas articulações do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) nas últimas semanas para montar uma equipe de notáveis caso assuma a Presidência da República, estão sendo mais difíceis que o esperado. Apesar das consultas a vários economistas de diferentes correntes, como o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, Temer e seus aliados mais próximos não tiveram confirmações para a composição de seu possível governo.
A dificuldade do vice-presidente se complica ainda mais com a decisão da cúpula do PSDB de propor punição aos integrantes do partido que aceitarem integrar o governo do peemedebista. A posição do PSDB complica a formação de uma equipe com nomes capazes de dar uma sinalização positiva ao mercado e de reverter uma expectativa negativa em relação a Temer. Além da gravidade do quadro econômico, há incerteza também sobre o desfecho do julgamento de impugnação do mandato do vice-presidente no Tribunal Superior Eleitoral.
A Executiva do PSDB se reunirá na terça-feira para discutir se o senador José Serra (PSDB-SP), que vem conversando com Temer, ou outro tucano que venha a ser convidado para ocupar uma pasta, devam se licenciar para não causar “conflito de interesse” e prejudicar o projeto do PSDB de disputar a Presidência em 2018.
Ministério da Fazenda
Apontado como um dos possíveis indicados para o Ministério da Fazenda, caso a presidenta Dilma Rousseff seja afastada do governo com o processo de impeachment, o ex-presidente do BC (Banco Central) Henrique Meirelles foi ao Palácio do Jaburu, a residência oficial do vice-presidente, na tarde desse sábado, para encontrar-se com Michel Temer.
Ao deixar o local, Meirelles negou ter sido convidado para comandar a economia em um eventual governo Temer, mas destacou que, mesmo se não for ministro, estará disposto a ajudar. Disse, também, que o vice-presidente mostrou uma “visão bastante correta e adequada da economia”.
O ex-presidente do BC destacou que o mercado “reagirá bem” a medidas que sinalizem para o equilíbrio das contas públicas, mas ressaltou que não conversa sobre hipóteses. “Os mercados tenderão a reagir ao direcionamento concreto com medidas que sinalizem uma sustentabilidade do Estado brasileiro no longo prazo, com uma série de medidas pró-investimento, que possam viabilizar a economia, para que funcione de forma cada vez mais eficiente dentro da experiência que o Brasil já teve e tem e que nós estamos vendo em diversos outros países”, declarou. (AG)
