Quarta-feira, 18 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2017
O presidente Michel Temer gravou nesta segunda-feira (12) um vídeo a ser distribuído nas redes sociais para defender o equilíbrio entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e pregar a importância da aprovação das reformas trabalhista e da Previdência.
O vídeo foi gravado na tarde desta segunda no Palácio da Alvorada. Será o primeiro pronunciamento de Temer após o julgamento da última sexta-feira (9) no qual o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) rejeitou o pedido de cassação da chapa formada por ele e pela ex-presidente Dilma Rousseff na eleição de 2014.
A mensagem de Temer sobre o equilíbrio dos poderes é motivada pela divulgação no fim de semana, pela revista “Veja”, de uma suposta investigação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) sobre a vida do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo e que autorizou a abertura de inquérito para investigar o presidente com base nas delações dos donos e executivos da empresa JBS.
Investigação
Por meio de nota divulgada na sexta-feira, Temer negou que a Abin tenha feito qualquer investigação sobre a vida do relator da Lava Jato. Mas a avaliação do Planalto é que isso não foi suficiente para apaziguar os ânimos com o Judiciário. A reportagem provocou reações da presidente do Supremo, Cármen Lúcia, e do presidente do TSE, Gilmar Mendes. Nesta segunda, Cármen Lúcia informou que “não há o que questionar” em relação à palavra do presidente, que afirmou não existir investigação da Abin.
Reformas
No vídeo, Temer aproveita para retomar a defesa das reformas nas leis trabalhistas e previdenciária. Pelo calendário do governo, ambas já deveriam ter avançado mais no Congresso, mas sofreram atraso devido à crise política.
Com o desfecho favorável no TSE, Temer tenta retomar o calendário das reformas antes do possível oferecimento de denúncia contra ele pela PGR (Procuradoria-Geral da República). A partir da apresentação da denúncia, Temer pode ser transformado em réu pelo STF. Mas isso exige autorização da Câmara. Por isso, o governo busca garantir o apoio do PSDB no esforço de manter a base unida para assegurar que essa autorização não seja aprovada.
A sigla é uma das principais aliadas do governo. Mas, com a possibilidade de Temer ser denunciado, uma parcela do PSDB passou a defender que o partido deixe o governo.
PSDB
Após gravar o vídeo, Temer recebeu o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os dois teriam se reunido para discutir a situação do PSDB. A avaliação era de que a reunião do partido não levaria à ruptura dos tucanos com o governo. (AG)