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Política Temores e dúvidas sobre a candidatura de Flávio Bolsonaro

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Líderes do Centrão se reuniram com o senador, ungido pelo próprio pai para entrar na disputa. (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)

Um dia depois de ter colocado um “preço” para retirar a pré-candidatura ao Palácio do Planalto, propondo como moeda de troca a anistia aos presos do dia 8 de janeiro de 2023 e da trama golpista — o que inclui seu próprio pai —, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reuniu-se, na noite de segunda-feira (8), com lideranças de partidos do Centrão e do PL sob um clima de receio e insatisfação.

Mais cedo, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP e que compareceu ao encontro, manifestou inconformismo com a decisão do clã, ao ponto de afirmar que a candidatura do filho 01 do ex-presidente era “inviável”. Afirmou, ainda, que Flávio não podia se lançar com base em uma decisão unilateral do próprio partido, uma vez que outras legendas têm postulantes à Presidência – a considerada mais viável é a do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo – e uma manobra precipitada pode prejudicá-las.

Da reunião participaram, além de Flávio e de Ciro, os presidentes do PL, Valdemar Costa Neto, e do União Brasil, Antônio Rueda, mais o senador Rogério Marinho (PL-RN). Foram convidados, ainda, os presidente do PSD, Gilberto Kassab, e do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP) – que declinaram o convite.

Único a falar depois do encontro, Marinho afirmou que a candidatura de Flávio foi uma “boa surpresa”, mas que muito ainda há para ser conversado – segundo ele, não seria nas três horas de debate de segunda que se chegaria a algum consenso sobre a candidatura ou uma postulação que una a direita. Ainda de acordo com o senador, vence a eleição quem tem o Centrão ao seu lado, algo que, conforme enfatizou, o PL fará todo esforço para ter.

Mas, desde que se apresentou como o pré-candidato ungido por Bolsonaro, na sexta-feira passada (5), os partidos do Centrão vêm apontando que o “filho 01” divide a direita e facilita o cenário para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscar a reeleição.

Uma das críticas mais contundentes à manobra do clã partiu do pastor Silas Malafaia, apoiador do ex-presidente, que publicou um texto nas redes sociais avaliando que “o amadorismo da direita faz a esquerda dar gargalhadas”. Ele não chegou a citar o nome de Flávio e ainda negou que se tratava de uma crítica direta aos Bolsonaros – “Não estou falando nem contra e nem a favor de ninguém. Somente isso”, esquivou-se o religioso.

Apesar das críticas, o “filho 01” chegou a dizer em coletiva que o atual momento político tem o objetivo de mostrar “quem é leal ao Brasil” e que, conforme salientou, isso incluiria o fato de apoiarem seu nome na disputa do próximo ano. A lealdade, entretanto, também inclui o apoio à anistia. Flávio, porém, conta com Rogério Marinho para pressionar os líderes do Centrão a aderirem à agenda em favor dos condenados pela tentativa de golpe de Estado.

Sem recuos

Logo após o anúncio da pré-candidatura de Flávio, outros pré-candidatos à Presidência deixaram claro, de maneira diplomática, que manteriam suas pretensões de concorrer ao pleito, independentemente se teriam ou não o apoio de Bolsonaro. Um deles foi o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que disse respeitar a decisão do clã, mas salientou que não recuaria.

“É uma decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, e cabe a todos nós respeitá-la. Da minha parte, sigo pré-candidato e estou convicto de que, no próximo ano, vamos tirar o PT do poder e devolver o Brasil aos brasileiros”, postou em uma rede social.

Já o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que a pré-candidatura de Flávio é “parte de uma estratégia mais ampla da direita”. Ele lembrou que Bolsonaro já havia defendido a presença de vários nomes no primeiro turno, a fim de facilitar uma convergência no segundo.

“Faz todo sentido o Flávio apresentar seu nome à Presidência. É justo e democrático”, afirmou, reforçando que continuará buscando consolidar a própria candidatura. “Sigo trabalhando todos os dias para tirar o PT do Palácio do Planalto, assim como fizemos em Minas Gerais”, completou.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que havia sido cogitada antes do senador como uma possível candidata da direita, também se pronunciou e disse que deseja que Flávio tenha “sabedoria, força e graça” na nova etapa.

Nos bastidores, avalia-se que o lançamento da pré-candidatura de Flávio seria um recado a ela para que não se apresentasse com articuladora política do clã, depois do mal-estar causado pela crítica que fez à coligação que o deputado André Fernandes (PL) vinha construindo com Ciro Gomes (PSDB) ao governo do Ceará. (Com informações do Correio Braziliense)

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