Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2023
Referendo sobre a anexação da região de Essequibo foi realizado na Venezuela no último domingo.
Foto: ReproduçãoA Venezuela reagiu às declarações do presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, que solicitou ajuda dos Estados Unidos para se defender das tentativas de Nicolás Maduro de anexar a região do Essequibo. Em comunicado, o governo venezuelano disse que a presença militar americana na área reivindicada representa uma “ameaça”.
“Agindo sob o mandato da transnacional americana ExxonMobil, a Guiana está abrindo a possibilidade de estabelecer bases militares de uma potência imperial, ameaçando a zona de paz delineada na região”, afirmou a Venezuela.
“Seguindo a doutrina da diplomacia bolivariana pela paz, pedimos à Guiana que abandone o comportamento errático, ameaçador, arriscado e siga o caminho do diálogo direto, como manda o Acordo de Genebra”. O acordo mencionado é o tratado de 1966, entre Venezuela e Reino Unido, que reabriu a questão da soberania sobre o Essequibo.
Além disso, a gestão Maduro classificou como “provocação” os exercícios militares que os Estados Unidos anunciaram na Guiana nessa quinta-feira (7).
“Esta infeliz provocação dos Estados Unidos em favor da ExxonMobil na Guiana é mais um passo na direção errada. Alertamos que não seremos desviados de nossas ações futuras para a recuperação do Essequibo”, disse Vladimir Padrino López, ministro do Poder Popular para a Defesa, no X, antigo Twitter.
Este é o primeiro movimento militar dos EUA na região desde o referendo sobre a anexação de Essequibo do último domingo (3), quando 95% dos venezuelanos votaram em favor da anexação. O presidente guianense tem feito uma série de afirmações sobre a defesa da região.
“Estamos nos preparando para o pior cenário, com os nossos aliados, para reforçar nossa posição em defender o Essequibo”, disse Irfan Ali.
Em pronunciamento o líder da Guiana disse ter acionado o Conselho de Segurança da ONU e tido conversas com EUA, Brasil e França, para obter garantias de defesa. Para ele, a Venezuela age fora da lei ao desrespeitar a Corte Internacional de Justiça (CIJ), que decidiu em favor da Guiana.
“Nossas Forças Armadas estão em alerta máximo. A Venezuela declarou-se fora da lei.”
Maduro mandou criar o Estado de Guiana Essequibo, nomeou o general Alexis Rodríguez Cabello como autoridade única do território e ordenou à estatal PDVSA que distribua licenças para exploração de petróleo na região. Um novo mapa do país, com a área anexada, também foi exibido por ele.
A Guiana, uma nação de 800 mil habitantes, busca agora apoio da comunidade internacional para manter a soberania sobre o território, que corresponde a 70% da superfície do país.