Sexta-feira, 31 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2025
 
				A Venezuela anunciou ter desmantelado uma suposta “célula criminosa” da CIA que planejava uma operação de “ataque falso” ao contratorpedeiro USS Gravely, atracado em Trinidad e Tobago, com o objetivo de incriminar o governo de Nicolás Maduro e justificar uma intervenção militar.
“Em nosso território, está sendo desmantelada uma célula criminosa financiada pela CIA, vinculada a esta operação secreta”, disse o chanceler venezuelano, Yván Gil. “Informei ao governo de Trinidad e Tobago sobre a operação de bandeira falsa: atacar um navio militar americano e culpar a Venezuela, para justificar uma agressão contra o nosso país.”
No domingo, Caracas anunciou a prisão do que chamou de “um grupo de mercenários” a serviço dos EUA. A ditadura chavista classificou como “provocação” a chegada do destróier USS Gravely a Trinidad e Tobago, arquipélago localizado a poucos quilômetros da costa venezuelana. O navio participa de exercícios conjuntos com as forças locais, iniciativa que Caracas considera uma “grave ameaça”.
A manobra ocorre em meio ao aumento da pressão dos EUA sobre a ditadura de Maduro. Desde agosto, Washington tem deslocado embarcações de guerra para o Mar do Caribe e conduzido ataques aéreos contra alvos suspeitos de tráfico de drogas.
Donald Trump acusa Maduro de comandar uma rede de narcotráfico e estuda, segundo fontes da Casa Branca, uma operação terrestre na região, para onde destacou ampla força militar. O governo americano atualmente oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura de Maduro. Em comunicado, a ditadura chavista afirmou que a chegada do USS Gravely “é parte de uma estratégia de desestabilização” do regime chavista.
As autoridades de Trinidad e Tobago, por sua vez, disseram que o exercício militar tem como objetivo “reforçar a cooperação em segurança e combater o crime transnacional”. O governo trinidadiano ressaltou que mantém relações amistosas com a Venezuela e “valoriza a história compartilhada entre os dois países”.
Em viagem à Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na segunda-feira que se ofereceu para intermediar o diálogo entre Washington e Caracas. “Eu disse ao presidente Trump que a situação está se agravando e o Brasil pode ajudar a manter a América do Sul como uma zona de paz”, declarou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.