Segunda-feira, 16 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 20 de junho de 2020
Em meio ao aumento de casos de Covid-19 em suas localidades, estados americanos decidiram impor o uso obrigatório de máscaras na maioria das atividades em público. Algumas empresas também têm exigido que seus clientes se protejam, mas nem todos parecem dispostos a respeitar.
Enquanto uns veem a medida de segurança como essencial, outros argumentam que ordenar o uso de máscaras infringe a liberdade individual. Na comunidade científica, os principais estudos apontam que o item ajuda a conter a propagação do vírus. Não foi o suficiente para evitar que o tema ganhasse uma dimensão política.
O governo da Califórnia determinou que seus cidadãos utilizem o equipamento de proteção facial em áreas públicas, no transporte, ambiente de trabalho e locais de uso comum. Exceções ficam por conta de refeições e atividades físicas ao ar livre, desde que cumpram o distanciamento social.
A decisão acontece ao mesmo em tempo em que condados californianos começam a retomar atividades e reabrir estabelecimentos, embora com limitações. O número de infectados, no entanto, tem subido em algumas regiões, a exemplo de outros estados. Na véspera do anúncio, o Departamento de Saúde Pública registrou 3.455 novos casos, totalizando mais de 157 mil contaminados e 5 mil mortos.
Mesmo assim, autoridades sofrem pressão de pessoas contrárias à obrigatoriedade. A chefe de saúde do condado de Orange renunciou no último dia 8 após ameaças e manifestações do lado de fora de sua casa devido à determinação. Outros estados como Nova York, Michigan, Maine e Delaware também têm decretos referente ao uso imprescindível de máscaras.
A resistência não tem se dado somente à ordem dos governos, mas também em situações de políticas de empresas. Na última quarta (17), o ativista conservador Brandon Straka ignorou os pedidos da tripulação para que colocasse a máscara durante um voo da companhia American Airlines. Ele foi expulso do avião diante da recusa.
“Acabo de ser retirado do meu voo por não usar máscara. 1ª vez que isso aconteceu. Não é uma lei federal. Funcionários da @AmericanAir diante de mim dizendo que é A LEI. Tanto para ‘por favor, respeite aqueles que não podem usar uma máscara’. Quando apontei que não era lei, fui retirado”, publicou Straka em suas redes sociais.
Ele gravou um vídeo explicando o ocorrido e relatou que um gerente ainda disse que eles cometeram um erro. O ativista afirmou ter sido questionado por uma aeromoça se possuía uma condição que o impedisse de usar a máscara. Respondeu: “Sanidade”.
Não existe lei federal nos Estados Unidos que obrigue o uso de máscaras, mas o protocolo faz parte da política da empresa na tentativa de frear a disseminação do vírus entre seus passageiros. A maioria das companhias abre exceções para crianças e passageiros com problemas médicos ou enquanto comem.
Em comunicado, a American Airlines disse que tem o compromisso com a segurança e o bem-estar de seus passageiros e que espera o cumprimento de sua política por parte de seus clientes, já que, se necessário, negariam viagens àqueles que não obedecessem.
Um executivo da AMC Entertainment avisou na quinta que os espectadores não seriam obrigados a usar máscaras em seus cinemas. No dia seguinte, a empresa voltou atrás e afirmou que exigiria o equipamento em suas salas quando reabrir no meio de julho. Justificou a reconsideração por ter consultado especialistas, de acordo com o New York Times.
Segundo o jornal americano, outra rede de cinemas, o Alamo Drafthouse, também comunicou que seus clientes deveriam usar máscaras em suas dependências.