Sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de julho de 2018
Quando o assunto é ter filhos, muitos casais fazem mandingas para conseguir engravidar. Antes de seguir conselhos um tanto doidos como pular três vezes ou plantar bananeira, que tal dar uma chance para a ciência? Pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça, relataram que os espermatozoides podem ter hora certa para funcionar com sucesso.
Você consegue acordar cedo? De acordo com o estudo, publicado no jornal científico Chronobiology International, o sêmen produzido antes das 7h30min mostra concentrações de espermatozoides significativamente maiores, além de uma contagem total e porcentagem de espermatozoides com morfologia normal maior do que no sêmen produzido em outros horários do dia.
E até a estação do ano importa. Analisando as variações sazonais, os biólogos reprodutivos encontraram um aumento significativo na qualidade dos espermatozoides na primavera. “E notamos uma redução significativa no verão”, disseram ao site IFL Science!.
Os resultados foram constatados após análise de 12.245 amostrar coletadas de 7.068 homens, todos pacientes do departamento de endocrinologia reprodutiva do Hospital Universitário de Zurique, entre 1994 e 2015.
A ideia é usar os resultados para melhorar a taxa de sucesso tanto em concepções naturais quando em procedimentos de inseminação. Mas é necessário fazer algumas ressalvas. Como a pesquisa avaliou apenas espermatozoides de homens que vivem em uma região do mundo, os resultados precisam ser confirmados em grupos mais diversificados.
Além disso, os autores admitem que os resultados podem ter sido impactados por diferenças nos estados de saúde e estilo de vida dos homens, como obesidade e tabagismo, por exemplo, uma vez que esses dados não foram coletados.
Filho saudável
Com a obesidade infantil atingindo números assustadores, a busca por meios de prevenir a doença também aumenta – e talvez implique até no período que os pais tentam engravidar.
De acordo com um estudo publicado no periódico Nature Medicine, fazer sexo no inverno pode ajudar a proteger as futuras crianças do sobrepeso e dos distúrbios metabólicos. Os cientistas do ETH Zurich, na Suíça, sugerem que homens que passam um tempo em baixas temperaturas antes de fazer sexo produzem mais tecido adiposo marrom em seus espermatozoides, que é transmitido para seus filhos.
Taxas mais altas de gordura marrom – encontrada sob a língua, ao redor da clavícula ou ao longo da coluna – têm sido associadas a um risco menor de ficar acima do peso ou desenvolver distúrbios metabólicos. “Até agora, a suposição era de que isso tinha algo a ver com as temperaturas que as
pessoas experimentaram durante sua vida”, diz Christian Wolfrum, que liderou o estudo. “Nossas observações sugerem que as temperaturas antes da concepção também podem afetar os níveis posteriores de gordura marrom”.
Os resultados parecem sugerir que a temperatura ambiente na concepção pode levar diretamente a mudanças epigenéticas na prole. Mas os pesquisadores alertam que ainda precisam estudar melhor essa relação.