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TENTATIVA DE SEGURAR PREÇOS

Capa da revista na primeira semana de março de 1986.

A 7 de março de 1986, o Plano Cruzado, uma semana após o lançamento, começou a enfrentar problemas. Um deles: os juros de financiamento de bens de consumo atingiram nas lojas as taxas anuais de 46,8 a 112 por cento, escapando ao congelamento.

O ministro da Justiça, Paulo Brossard, também no dia 7, declarou que “qualquer um dos 2 milhões de funcionários públicos, não importava o cargo que exercesse, poderia ser requisitado pelo governo para servir como fiscal de preços”.

Não houve trégua: no mesmo dia, acusado de remarcar preços de bebidas alcoólicas e refrigerantes, o empresário Roberto Maksoud, proprietário do Hotel Maksoud Plaza, um dos mais caros e luxuosos de São Paulo, foi preso. Na Delegacia, disse que o flagrante foi uma demagogia da Superintendência Nacional de Preços.

A regra que criou o plano de inflação zero desagradou os pais de alunos, que tinham a expectativa de redução das mensalidades escolares.

O benefício do decréscimo no valor a pagar estava garantido para todos os outros tipos de prestações.

No plano político, em reuniões separadas, PDT, PDS e PT, de oposição, começaram a definir a linha de atuação diante do Plano Cruzado.

O PDT e PT decidiram cobrar maior aprofundamento nas questões sociais, principalmente salários.

O PDS preferiu optar pela defesa dos interesses do empresariado, exigindo maior controle dos gastos do setor público.

O Plano Cruzado se manteve até as eleições de 15 de novembro  daquele ano. Logo depois, naufragou.

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