Domingo, 15 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 27 de março de 2018
O risco de uma pessoa desenvolver um distúrbio cardíaco comum, a fibrilação atrial, ou arritmia cardíaca, pode aumentar se o indivíduo também tiver depressão, de acordo com novos dados apresentados recentemente em um evento da American Heart Association (Associação Americana do Coração, no português).
A fibrilação atrial (AFib) é uma anormalidade do ritmo cardíaco causada por um problema no sistema elétrico do coração. Normalmente, a eletricidade do coração flui das câmaras superiores (átrios) para as câmaras inferiores (ventrículos), causando a contração normal. Na fibrilação atrial, o fluxo elétrico é caótico, fazendo com que o batimento cardíaco se torne irregular.
No estudo, pesquisadores da Escola Keck de Medicina da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, analisaram dados do projeto Mesa (Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis), com mais de seis mil cidadãos norte-americanos, de uma variedade de grupos étnicos e que foram acompanhados por 13 anos. Os participantes tinham, em média, 62 anos e estavam livres de doenças cardíacas no início do trabalho.
Naqueles que tomaram antidepressivos e que tiveram as maiores pontuações em um teste de triagem clínica para depressão, foi encontrado um risco 30% maior para Afib, em comparação com os participantes com baixa pontuação para depressão e que não tomavam antidepressivos.
O estudo não conseguiu identificar exatamente como a função cardíaca pode ser alterada pela depressão, mas os pesquisadores acreditam que a inflamação e o aumento dos níveis de alguns hormônios é o que impede que o coração consiga manter um ritmo regular.
E agora?
Os autores sugerem que suas descobertas reforçam as conclusões de estudos anteriores que demonstraram uma estreita ligação entre a saúde mental e a saúde do coração.
Eles recomendam que tanto os médicos quanto pacientes afetados por essas doenças devem ser informados de que as evidências mostram que as pessoas com depressão têm um risco aumentado de doença cardíaca em geral.
Causa de morte
De acordo com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), as DCV (Doenças Cardiovasculares) são a principal causa de morte no mundo. Em 2016, 17 milhões de pessoas foram vítimas de problemas coronarianos, como ataques cardíacos e derrames. Estes dados foram divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) no último dia 29 de setembro, instituído pela entidade como Dia Mundial do Coração, para alertar as pessoas sobre os cuidados com o órgão.
De acordo com especialistas, 80% das ocorrências poderiam ser evitadas com medidas simples de hábitos saudáveis, como evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, cigarros e sedentarismo. A prática de atividades físicas e uma dieta balanceada com baixas concentrações de sódio e açúcares ajudam a evitar doenças.