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Tito Guarniere Terceira via

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(Foto: Reprodução)

Haverá espaço para uma terceira via capaz de disputar com chances o pleito presidencial de 2022, uma alternativa para Bolsonaro e Lula? Como preliminar, sim. Os candidatos já postos, na direita e na esquerda, largam na frente com um valioso patrimônio de votos, isto é, detêm uma base social relevante de apoio. Mas ambos têm um alto grau de rejeição – se um deles não chegar ao segundo turno, os votos tendem a ser transferidos para a terceira via, seja quem for.

Tanto mais agora que Bolsonaro, vítima das suas próprias diabruras, patina, perde popularidade – e na marcha acelerada do desvario, da insensatez, pode até ficar de fora da disputa já no primeiro turno. Lula assiste a tudo de camarote, e como se diz, joga parado, no erro do adversário. Mas não deseja que o atual presidente se desgaste além de uma certa conta. Bolsonaro é o candidato dos sonhos de Lula no segundo turno. E vice-versa.

Há certamente um centro, centro-esquerda ou centro-direita – são muito imprecisos esses conceitos –, PSDB, MDB, PSD, DEM, que, em teoria, têm alguma chance de dar forma a uma aliança eleitoral viável em 2022.

No ínterim das eleições e até 2022, essas forças (em geral) admitem uma união, fora de Bolsonaro e Lula – dizem eles, em torno de um projeto para o país. Mas as coisas se complicam quando cada uma das partes apresenta o seu projeto – olhadas de perto, as propostas coincidem somente nas grandes linhas, as platitudes com as quais todos estão de acordo. A explicitação das formas e dos detalhes de um plano para o país pode desmanchar o sonho da unidade.

Mas não é esse o nó a ser desatado. O problema está no nome do candidato da unidade. Diferenças e ambições embaralham o jogo. Ciro Gomes às vezes veste a roupagem de uma terceira força. Não é lá uma grande aposta – Ciro precisa controlar seus nervos, o temperamento hostil e divisionista, que afasta aliados por qualquer pinimba. Seria preciso acalmar o gênio indomável. O sertão, porém, não costuma virar mar. Não ganha a eleição e se ganhar, será mais um período de crises e bate-bocas de toda ordem.

A candidatura de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, bancada pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, que sabe analisar muito bem o tabuleiro político, não parece capaz de decolar – vejo-o como um político mediano, sem biografia e sem brilho.

João Doria está em plena campanha para ser o candidato tucano, mas não cativa nem o seu partido. O carro-chefe é a vacina Coronavac. Mas ele tem pouco a ver com o PSDB, não captou nem entende os valores e os princípios programáticos da social-democracia. A alternativa do governador gaúcho, Eduardo Leite, como candidato tucano, seria mais coerente e inovadora.

Fala-se na candidatura da senadora Simone Tebet, do MDB. Pode empolgar – é mulher, nome novo, articulada, combativa, ficha limpíssima. O partido é a sua força e a sua fragilidade – dominado por oligarquias locais, o MDB não é muito chegado em apostas mais arejadas.

Uma chapa Simone Tebet-Eduardo Leite, ou Leite-Simone, poderia ser um bom sinal e um apelo promissor para a ampla parcela do eleitorado que não quer nem Bolsonaro nem Lula.

 

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