Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2015
Cientistas desenvolveram um teste de urina que pode antecipar substancialmente o diagnóstico do câncer de pâncreas. Em estudo publicado na revista científica Clinical Cancer Research, a equipe dá conta de uma proteína que se apresenta em níveis mais elevados nas pessoas com a doença. A novidade foi considerada um avanço “muito necessário” por instituições que se dedicam a combater o câncer.
Hoje, a maioria dos casos de câncer no pâncreas só é identificada em estágio avançado. Muito por conta disso, apenas 3% dos pacientes sobrevivem além de cinco anos após o diagnóstico. Mais de 80% das pessoas com a doença são diagnosticadas quando o tumor já se espalhou, o que torna ineficaz a cirurgia para a remoção do problema.
“Os pacientes são frequentemente diagnosticados quando o câncer está em estágio terminal, mas se for diagnosticado no estágio 2, a taxa de sobrevivência é de 20%, e na fase 1, a taxa de sobrevivência pode aumentar para até 60%”, sugere Nick Lemoine, coautor do estudo e professor do Instituto do Câncer Barts, no Reino Unido.
No Brasil, esse tumor é responsável por 4% das mortes por câncer, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer). Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60. As pessoas com o maior risco são aquelas com histórico familiar de câncer, fumantes, obesos e indivíduos diabéticos com mais de 50 anos.
Amostras.
A pesquisa analisou cerca de 500 amostras de urina. Pouco menos de 200 pacientes estavam com tumor pancreático, 92 deles tinha pancreatite crônica e 87 voluntários estavam saudáveis. O restante das amostras de pacientes estava com condições benignas ou cancerosas no fígado e na vesícula biliar.
Das 1,5 mil proteínas encontradas nas amostras de urina, observou-se que três – LYVE1, REG1A e TFF1 – estavam em níveis muito mais elevados nos pacientes com câncer pancreático, proporcionando uma “assinatura” com cerca de 90% de exatidão que poderia identificar a forma mais comum da doença. Já os pacientes com pancreatite crônica mostraram níveis mais baixos das três proteínas. (AG)