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Colunistas Um domingo de teste para a democracia

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(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

 

Beatriz Fagundes

Hoje estamos produzindo um grande teste para a robustez de nossa democracia. Já não asseguro o mesmo quando o quesito é paciência. Nos últimos dias, especialmente nas últimas horas, a insanidade tomou conta das redes sociais. O besteirol produzido é amazônico. Um movimento que deveria ser uníssono contra a corrupção explicitada pela primeira vez na história da República envolvendo políticos importantes e empresários do grupo dos bilionários está virado num mal acabado rascunho de ignorância e ódio.

Ontem, a presidenta Dilma Roussef, principal alvo da revolta daqueles que hoje estarão em grupos, assegurou que: “Para mim é muito importante a democracia no nosso País, então eu acredito que o ato de amanhã deva ser tratado com todo o respeito. Não acho que seja cabível, e acho que é um desserviço para o Brasil, qualquer ação que constitua provocação, violência e atos de vandalismo de qualquer espécie. Então, eu faço um apelo pela paz e pela democracia. Por quê? Porque nós vivemos numa época especial. Eu vivi num momento em que se você manifestasse, você ia preso; se você discordasse, você ia preso. Nós, agora, não. Nós vivemos um momento em que as pessoas podem se manifestar, podem externar o que pensam, e isso é algo que nós temos de preservar”.

Que personalidade invejável, que fibra, que resistência demonstra a mulher eleita legitimamente para um segundo mandato por decisão da maioria dos eleitores numa votação legítima democrática a qual não pode ser conspurcada por tantas mentiras, injúrias e calúnias. Por muito pouco pessoas menos capacitadas já teriam renunciado e mandado às favas esse tsunami de aves de rapina que acreditam que podem dar um golpe de Estado!

Hoje senhoras, senhores, jovens e velhos estarão reunidos vestindo verde e amarelo pelo que se sabe numa débil e infantil tentativa de pelas cores da bandeira se considerar os únicos a defender a Pátria. Doce ilusão e ingenuidade de muitos, esperteza sinistra daqueles que sabem tudo o que está em jogo neste momento geopolítico pelo qual o mundo passa. A ninguém é dado o direito, seria no mínimo canalhice defender o fim das investigações e a soltura daqueles que já investigados, e que com robustas provas já foram inclusive condenados pelo juiz paranaense. O lamentável no episódio que ficará registrado nas páginas da história será a defesa através de cartazes e palavras de ordem a favor de muitos que estão acusados pelos delatores da Operação Lava-Jato.

Registre-se que o Partido Progressista ( PP) é o partido com o maior número de políticos investigados na Lava-Jato: 31. Em seguida, vem o PMDB, com 17. Já o PT aparece com 13 suspeitos de participar do esquema da Petrobras. Solidariedade, PSB e PTB, juntos têm cinco parlamentares na lista de investigados da Lava-Jato. Pois muitos estarão empunhando a bandeira nacional acusando um único partido e exigindo a cassação de uma mulher sobre a qual não existem acusações relevantes, ou mesmo suspeitas justificadas. Dói ver a cidadania exercer uma função de inocente útil como incapazes em busca de um Sassá Mutema. Poucas e distorcidas informações legítimas, acusações restritas a apenas um grupo ideológico e uma irritante aceitação passiva de meias verdades vão levar pessoas honradas a com suas presenças comporem um teatro do absurdo. Se você está se preparando para ir agora para a esperada passeata contra Dilma, pare e pense: está disposto a entregar o seu futuro e o de seus descendentes a quem mesmo? Esqueça o seu ódio ao PT, ao Lula e este desejo irracional de derrubar uma presidenta eleita democraticamente e responda com sinceridade para quem ou para qual grupo você quer entregar o Brasil. Não vale pensar num golpe militar, isso seria além de insano terrivelmente infantil, pois na verdade estarão pedindo um Pai! Penso que já amadurecemos bastante para saber que sem reforma política e eleitoral ninguém, nem mesmo um santo ungido pelo Senhor, poderá governar este riquíssimo País sem se submeter às chantagens dos partidos que sugam a Pátria desde o tempo do Sarney.

Menos ingenuidade e maior cobrança de ética honradez e honestidade na divulgação de manchetes poderia ser um excelente e razoável começo para por fim ao Festival de Besteiras de Assola o País (FEBEAPA) em que se transformou o nosso querido Brasil. Um grupo no Parcão, outro na Redenção, enquanto a Pátria mãe vai sendo fatiada e dividida em tenebrosas transações, como um dia profetizou Francis Hime. Estamos diante de um Maktub ocidental, ou ainda teremos chances de garantir as riquezas nacionais para os nossos filhos e netos? Acreditem, neste momento elas estão sendo livremente distribuídas a interesses internacionais. Com o aval de muitos políticos que você vai para a rua defender. O futuro começa hoje, e você é protagonista dessa sórdida história.

beatriz@pampa.com.br

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/teste-para-democracia/ Um domingo de teste para a democracia 2016-03-13
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