Sábado, 02 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 2 de agosto de 2025
Gilberto Ferreira Firmo, de 52 anos, é surdo e conhecido como "Mudinho".
Foto: ReproduçãoApós passar por audiência de custódia, nesse sábado (2), Gilberto Firmo Ferreira, tio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, recebeu liberdade provisória. O homem foi preso nessa sexta-feira (1º), no Sol Nascente (DF), com uma vasta quantidade de vídeos e fotos de conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.
Na decisão, o juiz responsável pelo caso decretou as seguintes medidas que deverão ser cumpridas por Gilberto:
– Obrigação de comparecer a todos os atos do processo;
– Obrigação de manter o endereço atualizado;
– Proibição de ausentar-se do DF por mais de 30 dias.
À Polícia Civil do Distrito Federal, Gilberto, que é surdo, confessou em depoimento, com a ajuda de um intérprete de Libras, que compartilhava os vídeos criminosos em um grupo de Facebook com outras cinco pessoas.
No documento, ele afirma que o telefone foi um presente de um amigo, porque o aparelho anterior estava “muito velho” e admite que sabia que havia material de pedofilia salvo no equipamento. Segundo Gilberto, ele recebia de outras pessoas e pedia para que parassem de mandar, mas seu pedido não teria sido atendido.
Um relatório da Polícia Federal mostra que Gilberto Firmo, tio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, compartilhou “ao menos dez arquivos contendo abuso sexual infantil” pelo Facebook a partir de seu email e IP de sua residência.
Gilberto Ferreira Firmo, de 52 anos, é surdo e conhecido como “Mudinho”, foi preso em sua casa em Ceilândia, no Distrito Federal, como alvo da Operação Arcanjo X —que é da Polícia Civil de Goiás. Em um dos celulares apreendidos, foi encontrado material de pedofilia e pornografia.
Uma das imagens no telefone dele continha um vídeo de um adulto praticando sexo com um adolescente. Interrogado, Gilberto disse que o homem é um amigo seu de São Paulo que faz parte do grupo virtual em rede social. Ele disse à polícia que conheceu esse amigo há muitos anos.
Ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), cumprido pela PCDF. Na ocasião, foram encontradas as mídias no celular do suspeito, o que levou à sua prisão em flagrante
Gilberto era investigado por envolvimento com pornografia infantil após a Polícia Federal verificar que o e-mail dele era usado para compartilhar o conteúdo criminoso. No depoimento, Gilberto alegou que não usava mais o endereço eletrônico.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou neste sábado sobre o caso. Michelle, que está no Pará, afirmou ter recebido a notícia com “indignação e profunda tristeza”. Em nota divulgada à imprensa, ela repudiou veementemente o suposto envolvimento do parente com crimes contra crianças.
“Trata-se de um crime vergonhoso, não somente por sua gravidade, mas principalmente porque fere profundamente a dignidade humana de crianças e adolescentes”, declarou.
A ex-primeira-dama destacou que não mantém qualquer tipo de relação ou convivência com o investigado há mais de 18 anos, apesar do laço familiar. Ela considerou a conduta “lastimável, revoltante e repugnante” e afirmou que, se comprovadas as acusações, espera que ele “receba integralmente o peso da justiça”.
Porém a ex-primeira-dama declarou na campanha eleitoral de 2018 que Gilberto “plantou uma sementinha na minha [sua] vida e despertou meu [seu] amor pela Libras”.
Michelle reforçou sua atuação como defensora dos direitos de crianças e adolescentes e afirmou que a responsabilização deve ocorrer “inclusive para parentes que pratiquem qualquer tipo de violação aos valores humanos fundamentais”.
Ela também criticou qualquer tentativa de associar sua imagem ao caso: “Rejeito com veemência qualquer tentativa de atrelar meu nome ou minha reputação pessoal e profissional a atos praticados por terceiros, parentes ou não”. A ex-primeira-dama encerrou a nota reafirmando seu compromisso com a proteção dos mais vulneráveis e disse que continuará “orando” para que o parente “abandone toda e qualquer prática ilícita e impura”.
As investigações continuam sob responsabilidade da Polícia Civil do Distrito Federal.