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Brasil Tire suas dúvidas: veja o que dizem a lei, o governo e as pesquisas sobre a vacinação contra o coronavírus

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Especialistas indicam falhas no plano de imunização e riscos na falta de sinergia entre Estados e o Ministério da Saúde. (Foto: Reprodução)

Quase 50 países já deram início à campanha de vacinação contra a covid-19, mas o Brasil ainda convive com uma série de lacunas sobre o tema. Não há data confirmada para o início da imunização — a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, aliás, ainda precisa aprovar o uso emergencial de dois produtos. Faltam insumos, como seringas e agulhas. O governo federal fracassou na licitação em que tentou obter estes recursos.

Os imunizantes que estão sob a lupa da Anvisa agradam especialistas, embora os dados do CoronaVac ainda estejam incompletos. Ainda assim, mostram uma eficácia suficiente para o uso emergencial em um país que já agoniza com mais de 200 mil mortes e 8 milhões de contágios.

1) O que falta para o brasileiro ser vacinado?

O Brasil ficou estagnado porque inicialmente apostou apenas na vacina de Oxford, que teve problemas nos ensaios clínicos, e só nesta semana comprou doses da CoronaVac. As fabricantes de vacina consideram que a análise da Anvisa é burocrática e, até ontem, nenhuma empresa havia entrado com pedido de uso emergencial de seu produto no país. Outro problema será montar uma estrutura para produção interna de imunizantes que atenda a toda a população. O Brasil precisaria de 400 milhões de doses de vacina, visto que a maioria dos produtos no mercado é aplicada em duas doses.

2) O Brasil tem insumos suficientes para vacinar a população contra a covid-19?

Não. O governo federal conseguiu comprar apenas 2,4% de insumos, como seringas e agulhas, para realizar a vacinação contra a doença. São 7,9 milhões de unidades, enquanto buscava adquirir 331,2 milhões. A maioria dos estados e municípios não tem estoque suficiente para promover a imunização. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, afirmou que não comprará seringas até que os preços “voltem à normalidade”. O Ministério da Saúde, por sua vez, disse que pretende realizar novos certames.

3) A lei permite que Estados comecem suas campanhas de vacinação antes do governo federal?

Sim, embora a medida não seja recomendada pela comunidade científica. “O estado tem competência para organizar a sua política de vacinação, mas isso gera desigualdades”, explica Carla Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “O PNI foi criado para o país ter uma estrutura unificada. O problema da covid é nacional. Não é de Manaus ou de São Paulo, por exemplo. Se cada localidade agir de uma forma, então teremos um desequilíbrio”.

4) Que informações ficaram pendentes do Plano Nacional de Imunização?

A compra de insumos, a quantidade de vacinas produzidas e o cronograma de distribuição deveriam ter sido definidos há pelo menos seis meses, segundo João Viola, presidente do comitê científico da Sociedade Brasileira de Imunizações. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a vacinação, no cenário mais otimista, começará a partir do dia 20. Viola diz: “Quem dá palpite é leigo. O profissional de saúde deve demonstrar objetivamente qual é o seu programa. Ainda não sabemos nada sobre a capacidade de produção e a logística para entrega”.

5) Temos dados suficientes e respaldados sobre as vacinas que pediram uso emergencial?

Sim, acredita Viola. A taxa geral de eficácia da vacina de Oxford é de 70%. Da CoronaVac, sabe-se até agora que o índice é de 78% para os casos leves. “É um bom desempenho. As vacinas apresentadas são urgentes, em um momento onde temos mais de 8 milhões de infecções e 200 mil óbitos notificados, além de uma situação econômica crítica provocada pelo coronavírus”, destaca Viola. “As pesquisas demonstraram que os imunizantes não provocam efeitos colaterais graves”.

6) Qual a importância da apresentação dos dados completos dos estudos clínicos?

A aprovação de vacinas pela Anvisa demanda informações sobre a taxa de eficácia de vacina, ou seja, os chamados desfechos primários, que incluem todas as pessoas que ficaram doentes, de forma leve, moderada ou grave. O cálculo considera o total de voluntários que foram vacinados com a dose do imunizante, sem contar aqueles que receberam placebo. Os estudos da farmacêutica Sinovac, que ainda não foram concluídos, apontaram dados diferentes na taxa de eficácia entre voluntários no Brasil e na Turquia.

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