Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2025
O começo da manhã dessa terça-feira (13) foi de pânico e caos em duas das principais vias expressas do Rio de Janeiro, por conta de uma operação policial iniciada por volta das 3h da madrugada no Complexo da Maré, na Zona Norte, que resultou na morte de Thiago da Silva Folly, o TH, apontado pela polícia como chefe do Terceiro Comando Puro. Pelas redes sociais havia relatos de intensos tiroteios nas comunidades Vila do João, Pinheiros, Baixa do Sapateiro e Timbau. Escolas suspenderam as aulas e as linhas de ônibus que circulam na região também foram afetadas. Motoristas ficaram encurralados. Entre os moradores, o clima era de medo.
“Em moro próximo a Barreiros, tá caindo muitos projéteis de bala aqui. Imagina como está lá. Que Deus guarde todos que precisam sair para trabalhar”, escreveu uma internauta numa rede social. “Sou moradora, madrugada de pânico”, postou outra. “Meu Deus, de novo isso. Falta de paz”, escreveu uma terceira.
No começo da manhã, quando muitas pessoas estavam indo para o trabalho, motoristas ficaram no meio do fogo cruzado. Um blindado da Polícia Militar chegou a fechar a Linha Amarela. Na Linha Vermelha também houve interdições. Imagens mostram motoristas tentando se proteger dos tiros atrás dos carros.
A concessionária que administra a Linha Amarela informou que haviam sido registrados dez fechamentos temporários na via expressa, até as 10h. A empresa alertou que fechamentos temporários poderiam voltar a ocorrer na via expressa devido à operação policial na altura da Maré, visando garantir a segurança dos usuários e orientou os motoristas a ficarem atentos às instruções das autoridades de segurança pública.
Por causa da operação, 43 escolas da rede municipal e duas da rede estadual suspenderam as aulas. A UFRJ determinou que não houvesse aplicação de provas e avaliações nem fossem cobradas presenças dos estudantes e servidores nessa terça-feira. A medida se estendeu às unidades de Cidade Universitária, Praia Vermelha, Centro e Caxias. A Fiocruz mobilizou atividades remotas – o regime presencial foi apenas para as atividades essenciais.
Quatro unidades de saúde que atendem a região, entre clínica da família e centro municipal de saúde, interromperam o funcionamento ou as atividades externas realizadas no território, para preservar a segurança dos profissionais e usuários, segundo a Secretaria municipal de Saúde.
O Rio Ônibus informou que dois ônibus foram sequestrados por bandidos para serem usados como barricadas. Além disso, 70 linhas que passam na Avenida Brasil e Linha Amarela sofreram desvios em seus itinerários.
O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo Menezes, definiu a ação como “cirúrgica”. “Uma operação resultante de um levantamento de inteligência, feita pela nossa Subsecretaria de Inteligência. Nós conseguimos a neutralização (do TH). Ou seja, é uma ação que foi cirúrgica e precisa. É uma ação importante, uma ação que trouxe um resultado preciso, não há notícia de qualquer morador ferido, de qualquer policial ferido, e a gente traz essa notícia com muita alegria nesse momento, uma ação importante da Segurança Pública e da Polícia Militar”, disse ele, em entrevista ao Bom Dia Rio.
Thiago da Silva Folly, o TH, foi baleado e morto durante a operação da Polícia Militar. Ele estava com uma pistola, segundo a corporação. Dois de seus seguranças também morreram. TH tem extensa ficha criminal e é acusado da morte de dois sargentos do Bope em junho do ano passado: Jorge Henrique Galdino Cruz, de 32 anos, e Rafael Wolfgramm Dias, de 37. As informações são do jornal O Globo.