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Ciência Todas as vacinas em uso têm se mostrado seguras. Casos de efeitos adversos são raros e os benefícios muito maiores do que os riscos

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Os imunizantes serão utilizados para avançar na faixa etária da campanha de vacinação. (Foto: Reprodução)

Os estudos que avaliam o sucesso das vacinas aprovadas contra a Covid-19 na população, a chamada fase 4, já começam a apresentar resultados significativos — inclusive no Brasil, onde o início da vacinação completa cinco meses na próxima quinta-feira. A conclusão destas pesquisas pode levar ao menos dois anos, mas os dados obtidos até agora são animadores e evidenciam o impacto positivo da vacinação. Mas há questões que prejudicam a avaliação, especialmente no caso brasileiro, como problemas de operação, com aplicação de doses de vacinas diferentes na mesma pessoa, e indivíduos que não voltam para tomar a segunda dose.

“A fase quatro engloba todos os estudos realizados pós-aprovação”, explica Guilherme Werneck, professor do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ.

Isso inclui estudos de farmacovigilância (que investiga efeitos adversos da vacina) e pesquisas que analisam a efetividade dos imunizantes na contenção da pandemia, com redução da mortalidade. É o caso, por exemplo, do sucesso da vacinação com a CoronaVac, em Serrana (SP), onde os casos de Covid-19 despencaram.

A responsabilidade de coleta de dados é compartilhada entre o Ministério da Saúde, a Anvisa, os laboratórios farmacêuticos, grupos de estudo independentes e também da população, que pode entrar em contato com os citados acima. Mas cabe aos laboratórios elaborar os protocolos de farmacovigilância de seus produtos.

O uso de vários tipos de vacina, com intervalos diferentes entre as doses, traz dificuldade operacional extra para a fase quatro, salienta a infectologista Cristiana Toscano.

“Mas tudo isso pode ser superado, diz ela, única brasileira e representante da América do Sul no Grupo Estratégico Internacional de Especialistas em Vacinas e Vacinação da OMS, que avalia os resultados da vacinação no mundo e faz recomendações sobre os imunizantes.

“A análise é um processo dinâmico, mas temos observado que os efeitos adversos são mínimos, e os benefícios, imensos”, diz Toscano.

O grupo da OMS, que se reúne três vezes por semana, monitora estudos de vacinação e trabalha com modelos matemáticos de projeções.

“Todos devem colaborar informando sobre efeitos adversos inesperados das vacinas. Com ênfase em “inesperado”: sem motivo, as pessoas andam com medo de sintomas que estão dentro do previsto e não têm maiores consequências”, frisa Toscano, que há 20 anos trabalha na contenção e na prevenção de epidemias, é professora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás e representa o estado na Sociedade Brasileira de Imunizações.

Os sintomas esperados são dores no local da aplicação, dores pelo corpo e na cabeça, febre e cansaço. Esses efeitos podem ter duração por até 72 horas. Entre 10% a 20% dos vacinados têm chance de apresentar esses sintomas, que desaparecem sem causar problemas e não devem ser motivo de alarme.

Combinações de doses

Há muitas questões que a ciência ainda não sabe responder sobre a Covid-19 e que a fase quatro pode ajudar a elucidar. Por exemplo: quanto dura a imunidade oferecida pelos imunizantes? Qual o risco de infecção por novas variantes entre vacinados? Deve-se aplicar uma terceira dose?

No Brasil, onde três imunizantes estão em uso neste momento (CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer) têm se multiplicado os casos de pessoas que, por erro, tomam a primeira dose de uma vacina e a segunda de outra. Em países europeus, a combinação tem sido recomendada e investigada.

Segundo Toscano, dois estudos recentes sugerem que tomar uma dose da Pfizer e outra da AstraZeneca proporciona uma resposta do sistema imunológico tão boa quanto tomar duas doses da mesma vacina. Mas há um ligeiro aumento de risco de efeitos adversos moderados. Não existem ainda dados publicados sobre combinações com a CoronaVac.

Miriam Tendler, pesquisadora de vacinas há mais de três décadas, observa que é usual que as recomendações sobre combinações de imunizantes ou número de doses mudem em função das observações feitas após sua aprovação.

Por outro lado, Toscano ressalta, se houver suspeita de efeito adverso não esperado, “é normal” suspender o uso de um imunizante. Foi o que ocorreu em março, quando alguns países europeus interromperam a aplicação da AstraZeneca em idosos.

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