Faltam 9 meses e 25 dias para começar a Olimpíada do Rio de Janeiro. A Olimpíada Política de Brasília está em pleno andamento. O governo tenta lançar para quinta-feira a análise do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a tempo de reunir mais acusações contra Eduardo Cunha, enfraquecer o adversário e assim consolidar uma vitória. O presidente da Câmara dos Deputados corre, dando carga máxima para resolver nesta terça-feira e alcançar a fita de chegada.
A oposição entra no jogo e escala um aditamento ao pedido de impeachment assinado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. A tática é incluir no requerimento a prática de novas pedaladas fiscais.
O aditamento utiliza o relatório do procurador Júlio Marcelo de Oliveira, responsável pela investigação. Ele aponta que o governo atrasou a transferência de 40 bilhões e 200 milhões de reais aos bancos públicos no primeiro semestre de 2015. O montante é maior que o verificado em todo o ano passado (37 bilhões e 500 milhões de reais).
A oposição olha para o placar eletrônico e calcula que terá 290 votos para aprovar o processo de impeachment. Os governistas acham que o fôlego não chegará a tanto, prevendo no máximo 233 votos. Pelo regimento interno, é necessário o sim de 257 deputados federais.
Manobras de bastidores vão se desdobrar ao longo do dia, envolvendo decisões do Supremo Tribunal Federal. Advogados controlam o cronômetro para melhorar o desempenho de seus pupilos.
O pódio aguarda pelos vencedores.