Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 24 de setembro de 2019
Há 25 anos surgia a toxina botulínica para o uso estético. De lá para cá, a substância revolucionou a estética: é a base dos tratamentos minimamente invasivos, na companhia dos preenchedores de ácido hialurônico, tendência dominante quando se fala em rejuvenescimento facial.
Mas afinal qual a idade certa para começar a fazer a aplicação da substância? E qual o intervalado entre as aplicações? A médica Giana Campoi responde as principais dúvidas sobre a toxina botulínica.
Qual a idade certa para começar?
“Cada paciente tem sua hora certa para começar e é preciso respeitar a individualidade de cada paciente. A indicação médica é quando começa a ter marcas, rugas estátitas. Quando o paciente está em repouso e mostrando vincos. “Mas eu avalio o bem estar de cada paciente.”
Quanto tempo de intervalo entre aplicações?
“O tempo varia de paciente para paciente. Analisamos caso a caso, sempre pensando no resultado a longo prazo e que o paciente esteja constantemente bem. A constância é o que importa”.
Quais são as tendências da toxina?
“A tendência é a naturalidade. Nunca a falsidade”, disse. Na busca do resultado cada vez mais natural, a pedida da vez é usar um volume menor da toxina botulínica para suavizar rugas e linhas finas ou preveni-las. Além da redução em número de doses, a técnica deve ser precisa em injeções superdirecionadas, pois isso ajudará a conferir o resultado mais “clean” almejado pelo paciente. Os resultados vão desde uma aparência mais “descansada”, com sobrancelhas mais definidas e olhar mais jovem.
Mais sobre a toxina
A toxina botulínica é uma neurotoxina, produzida pela bactéria Clostridium botulinum. A Clostridium botulinum é uma bactéria anaeróbia, que em condições apropriadas à sua reprodução (10°C, sem oxigênio e certo nível de acidez), cresce e produz sete sorotipos diferentes de toxina (A, B, C1, D, E, F e G). Dentre esses, o sorotipo A é o mais potente.
Para fins terapêuticos, é utilizada uma forma purificada, congelada a vácuo e estéril da toxina botulínica tipo A, produzida a partir da cultura da cepa Hall da bactéria Clostridium botulinum. Esta forma proporciona maior duração dos efeitos terapêuticos. Quando aplicada em pequenas doses, ela bloqueia a liberação de acetilcolina (neurotransmissor responsável por levar as mensagens elétricas do cérebro aos músculos) e, como resultado, o músculo não recebe a mensagem para contrair.
Origem
No final da década de 60, o oftalmologista americano Alan B. Scott, que buscava alternativas para o tratamento não cirúrgico do estrabismo, obteve do Dr. Edward J. Schantz, amostras da toxina botulínica tipo A para testá-la em músculos extra-oculares de macacos. A experiência foi bem sucedida e Scott publicou seu primeiro trabalho sobre o assunto em 1973, confirmando a toxina botulínica tipo A como uma alternativa eficaz para o tratamento não cirúrgico do estrabismo.
Ainda na década de 70, Scott recebeu autorização do FDA (Food and Drug Administration), órgão que regula o setor de medicamentos dos Estados Unidos para utilizar a toxina em seres humanos, conduzindo estudos durante os anos de 1977 e 1978. Ele descobriu que o produto, quando injetado, relaxava os músculos. Deduziu então que uma aplicação local, em determinados músculos, interrompia momentaneamente o movimento muscular anormal e, dessa forma, corrigia o problema.
E foi a partir do uso terapêutico, que surgiu o uso cosmético. Quando o casal canadense Jean e Alastair Carruthers, oftalmologista e dermatologista respectivamente, observou a melhora das rugas em pacientes tratados para indicações terapêuticas, como blefaroespamo, iniciaram os primeiros estudos na área. Deste então, o uso cosmético da toxina botulínica tipo A evoluiu e se expandiu em todo mundo.