Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 21 de setembro de 2017
Os funcionários dos Correios entraram em greve no Rio Grande do Sul, por tempo indeterminado, à 0h desta quinta-feira (21). A decisão foi tomada em assembleia realizada na noite de terça-feira (19) no salão da Igreja Pompeia, em Porto Alegre.
Segundo o Sintect-RS (Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do RS), além da paralisação, os trabalhadores também definiram um calendário de atividades, com piquetes, manifestações e concentração em frente aos locais de trabalho. “O Sindicato chama todos os trabalhadores a aderirem ao movimento em defesa dos direitos da categoria”, afirmou a entidade.
Em ao menos outros 19 Estados brasileiros e no Distrito Federal, a greve dos Correios começou às 22h de terça-feira (19), conforme a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares). De acordo com a Fentect, a paralisação é parcial, com redução de funcionários nas agências.
Entre os motivos da greve estão o fechamento de agências em todo o País, a pressão para adesão ao plano de demissão voluntária, ameaça de demissão motivada com alegação da crise, ameaça de privatização, corte de investimentos, falta de concurso público, além de mudanças no plano de saúde e suspensão das férias para todos os trabalhadores, exceto para aqueles que já estão com férias vencidas.
Crise nos Correios
Os Correios enfrentam uma severa crise econômica e medidas para reduzir gastos e melhorar a lucratividade da estatal estão em pauta. Nos últimos dois anos, os Correios apresentaram prejuízos que somam, aproximadamente, R$ 4 bilhões. Desse total, 65% correspondem a despesas de pessoal.
Em 2016, os Correios anunciaram o PDI (Programa de Demissão Incentivada). A estatal pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao programa.
Os Correios anunciaram em março o fechamento de 250 agências, apenas em municípios com mais de 50 mil habitantes, além de uma série de medidas de redução de custos e de reestruturação da folha de pagamentos.
Em abril, o presidente da empresa, Guilherme Campos, afirmou que a demissão de servidores concursados vinha sendo estudada. Segundo ele, os Correios não têm condições de continuar arcando com sua atual folha de pagamento e contrataram um estudo para calcular quantos servidores teriam que ser demitidos para que o gasto com a folha fosse ajustado.
Em março, o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, afirmou que, se a empresa não promovesse o “equilíbrio rapidamente”, “caminharia para um processo de privatização”. A estatal alega ainda que o custeio do plano de saúde dos funcionários é responsável pela maior parte do déficit da empresa registrado nos últimos anos. Hoje, a estatal arca com 93% dos custos dos planos de saúde e os funcionários, com 7%.