Domingo, 08 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 23 de maio de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
No início da madrugada desta segunda-feira cerca de 150 pessoas que estavam acampadas próximo da casa do presidente interino, foram afastadas pela PM. Ontem a partir das 14 horas manifestantes contrários ao presidente interino reuniram cerca de 20 mil pessoas segundo os organizadores, e cinco mil pela PM, numa praça próxima da residência dos Temer para uma demonstração de repúdio ao novo governo.
Bombou nas redes sociais. A cada dia aumenta o numero de insatisfeitos que engrossam as fileiras daqueles que já na primeira hora repudiaram a expulsão da Presidente Dilma Roussef. A “ponte para o futuro’, começou desagradando, inclusive aliados.
São tantas as trapalhadas até hoje que chega a confundir. Senão vejamos: Já no dia da posse, o presidente em exercício virou alvo de piadas depois de cair na “pegadinha” de uma rádio argentina. Humoristas ligaram para Temer fingindo ser o presidente argentino Mauricio Macri e conseguiram manter o brasileiro na linha por mais de um minuto. Nenhum líder de qualquer país ligou para cumprimenta-lo pela posse.
As declarações infelizes, logo desmentidas pelo próprio presidente interino dos ministros da Saúde, Ricardo Barros, sobre rever o tamanho do SUS, da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre indicação do Procurador-Geral da República, do Turismo, Henrique Eduardo Alves, sobre legalização dos jogos de azar, e do Desenvolvimento Agrário, Osmar Terra, sobre a redução de beneficiários do Bolsa Família, além de uma fotografia do novo Ministério apenas com homens brancos, velhos, ricos e embaraçados na Justiça, produziram nitroglicerina pura contra o governo!
Mulheres e negros ficaram de fora da Esplanada, Ministérios que criaram legislações e acolhimento às minorias foram extintos demonstrando o propósito da nova administração. A presença com ares de poder de pastores evangélicos com seus discursos preconceituosos e agressivos contra a comunidade LGBT e Organizações não governamentais vão produzindo uma onda cada vez maior contra o governo interino.
Para melhorar o presidente apresentou a sua ‘marca’ de governo; uma bandeira desatualizada do Brasil, usada durante parte da Quarta República (1946-1964) e da Ditadura Militar (1964-1985). Segundo o publicitário criador do logo, Elsinho Mouco, quem escolheu a nova marca foi Michelzinho, o filho de sete anos de Temer. Que fofo, né? Ok a Bandeira já foi atualizada, mas a barbeiragem infantil marcou!
Usar maciçamente a imprensa aliada pelo menos nesta arrancada só causou problemas, pois a cada entrevista com os novos ministros, o presidente precisou sair correndo a desmenti-los. As propostas, de reforma na previdência, flexibilização da CLT criação de uma nova CPMF tem gerado polêmicas entre os trabalhadores, aposentados e parte dos empresários do país. Se a MP 726, da reforma ministerial, já causou polêmicas revertendo expectativas, produzindo um retrocesso de trinta anos nos avanços sociais alcançados nos últimos doze anos, outra, a MP727, materializa o propósito estratégico e ideológico que está por trás do golpe.
Retoma-se o processo de desestatização da economia conduzido por Fernando Henrique Cardoso, entregando para a iniciativa privada as empresas estatais que interessarem ao capital privado. Foi a ressurreição da Lei N° 9.494 de 1997, que instituiu o Programa Nacional de Desestatização. Renasce ainda o Conselho Nacional de Desestatização criado pela mesma Lei N° 9.491, de 1997, que esteve à frente das privatizações de FHC.
A lua de mel no Congresso entra em declínio. Na Câmara dos Deputados, pelo menos três “crises” esperam o presidente em exercício: o que fazer com o presidente interino da Casa Waldir Maranhão (PP-MA); impor a escolha de um líder com uma ficha ‘suja’, sendo réu em ter ações no STF e mais inquéritos inclusive sobre tentativa de assassinato? Além das eleições municipais que estão batendo à porta!
Como dar garantias de segurança para o Mercado e os Investidores? Que momento!
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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