Quarta-feira, 01 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de julho de 2020
Três nomes de dentro do Banco do Brasil (BB) ganham força para substituir Rubem Novaes na presidência da instituição. Um deles é Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, atual vice-presidente de Gestão Financeira e Relação com Investidores do BB. Ele foi um dos primeiros a integrar a equipe de Novaes, ainda na transição de governo e seria uma solução de continuidade.
Outro é Hélio Magalhães, presidente do Conselho de Administração do BB. Ele é próximo ao secretário de Desestatização, Salim Mattar, e tem acompanhado de perto as medidas de desinvestimento do banco, além de ser muito atuante na atual função.
Segundo técnicos da equipe econômica, Mauro Ribeiro Neto, atual vice-presidente Corporativo do banco, também é um dos cotados. Ele é o braço direito de Novaes e responsável por todas as desestatizações do mandato. Tem experiência no serviço público e é considerado preparado por técnicos do banco. Tem pouco mais de 30 anos.
Novaes pediu demissão ao ministro Paulo Guedes e ao presidente Jair Bolsaonro, que aceitaram o pedido. Segundo auxiliares de Guedes, o executivo teria alegado cansaço e desejo de voltar ao Rio, no fim de junho. Em mensagem de despedida, enviada a amigos, Novaes fala de “ambiente poluído em Brasília e compadrios”:
“O ambiente poluído de Brasília não é para mim. Privilégios, compadrios, corrupção e muitos chantagistas profissionais criando dificuldades para vender facilidades. Além disso, é chegada a hora de passar o bastão para alguém mais jovem, neste mundo de tantas inovações tecnológicas”, escreveu Novaes. Ao participar de uma recente videoconferência, realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Novaes criticou a política de Brasília:
“É muito difícil para a equipe de Paulo Guedes, o grupo de liberais, trabalhar no ambiente político de Brasília”, disse Novaes, acrescentando que sente como se fosse “um vírus do bem tentando entrar em um organismo doente”.
O pedido de demissão foi informado ao mercado no início da noite da sexta, por meio de fato relevante da instituição junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM, a controladora do mercado de capitais brasileiro). No comunicado, o BB informou que a substituição ocorrerá em agosto.
TCU
O Banco do Brasil solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) que a proibição de publicidade paga em sites que tenham menos de dez anos na internet seja analisada, uma vez que a ação teria gerado prejuízos. A decisão se deu após ser revelado que o banco estaria fazendo anúncios em um site que propagava fake news (notícias falsas).
O banco afirma que, com a vedação, teve prejuízo de mais da metade de 100 milhões de acessos que tinha por mês. De acordo com informações da Folha de S. Paulo, na ação, foi determinado que o site só não precisa ter mais de dez anos no ar, se estiver vinculado à mídia de radiodifusão. A medida serviu para barrar suspeitos de produção de notícias falsas.
Para a Corte, o pedido de análise no plenário da pauta é visto como uma ‘piada’, porque é como se o banco estivesse admitindo que faz publicidade em sites duvidosos. O BB alega que uma parte das contratações de cartões de crédito e de contas digitais vinham de sites que foram proibidos pelo TCU.