Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de julho de 2019
A Polícia Civil prendeu na madrugada desta segunda-feira (29) mais um homem suspeito de participar do roubo de 718,9 quilos de ouro do Aeroporto Internacional de Guarulhos na última quinta-feira (25). Ele foi detido em flagrante, segundo a polícia, com um carregador de fuzil e munição. Foi o terceiro suspeito preso. As informações são da Agência Brasil.
Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais, o terceiro suspeito teria oferecido apoio logístico para passar a carga roubada dos carros usados no assalto para outros veículos.
Outros dois suspeitos foram presos durante o fim de semana. Entre eles, está Petterson Patrício, o funcionário do aeroporto que teria sido feito de refém e obrigado a ajudar os criminosos. Segundo o advogado Ricardo Sampaio Gonçalves, que o defende, ele nega participação no roubo.
De acordo com a polícia, ao menos dez pessoas participaram do crime. O grupo chegou ao aeroporto por volta das 14h30 de quinta-feira, em dois carros disfarçados de viaturas da Polícia Federal. Fortemente armados, renderam os funcionários que faziam a manipulação da carga e os obrigaram a transferir o ouro para uma das caminhonetes. A entrada dos ladrões foi facilitada pelo supervisor de logística que afirma ter sido rendido na noite anterior.
O metal, dividido em 31 malotes, tinha como destino Nova York, nos Estados Unidos, e Toronto, no Canadá.
O roubo
Após chegar ao aeroporto, por volta das 14h30, em dois carros disfarçados de viaturas da Polícia Federal, o grupo, fortemente armado, rendeu os funcionários que faziam a manipulação da carga e os obrigaram a transferir o ouro para uma das caminhonetes. A entrada dos ladrões foi facilitada por um supervisor de logística, que segundo pensava-se até então, havia sido rendido na noite anterior.
Na manhã de quarta-feira (24), o funcionário teria sido fechado no trânsito enquanto levava a esposa ao trabalho, na região da Avenida Jacu-Pêssego, zona leste paulistana. A ação, relatou o supervisor na ocasião, foi feita por um veículo caracterizado de ambulância, de onde desceu um criminoso que o rendeu e obrigou a mulher a entrar no veículo usado pelos criminosos. O ladrão explicou que a esposa permaneceria como refém e ele seria obrigado a auxiliar o grupo no roubo.
No final daquela tarde, o funcionário teria tido um novo encontro com os criminosos, quando foi levado à própria casa e teve toda a família feita de refém: a sogra, o cunhado, a cunhada, os dois filhos e uma criança da vizinhança. No dia seguinte, na quinta-feira (25), ele foi levado junto com os criminosos para realizar a ação. De acordo com o depoimento do supervisor, o grupo já sabia da chegada da carga de ouro ao aeroporto.
Depois do roubo, a esposa do supervisor teria sido liberada em Itaquaquecetuba, município da parte leste da Grande São Paulo. Assim como o funcionário, foi liberada ilesa.
Todo relato do supervisor agora é fruto de investigação pela polícia.
O metal, dividido em 31 malotes, tinha como destino Nova York, nos Estados Unidos, e Toronto, no Canadá.
Após a ação no aeroporto, o grupo foi até um estacionamento em São Miguel Paulista, zona leste da capital, onde transferiu o ouro para outros dois carros encontrados pela polícia. Nenhum dos veículos usados no crime consta como roubado. A polícia suspeita que tenham sido comprados no interior do Estado por meio de fraudes. Outros dois veículos também foram abandonados pelos ladrões e não se sabe como o ouro foi transportado a partir de então.
Segundo o delegado responsável pelo caso, João Carlos Hueb, o ouro provavelmente atraiu a atenção dos bandidos pela facilidade de comercialização.
“Eles conseguem derreter esse ouro e tirar a procedência ilícita e transformar mais uma vez”, disse.