Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 29 de janeiro de 2022
O ex-ministro permaneceu ligado à companhia até o ano passado.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência BrasilO ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas, determinou que a Corte produza um relatório de inteligência sobre as atividades do ex-juiz Sergio Moro na iniciativa privada, mas não autorizou uma espécie de devassa em suas contas por meio do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
O relatório também abrange a atuação da consultoria norte-americana Alvarez & Marsal, empresa que atua para empreiteiras, como a Odebrecht, e contratou Moro após ele deixar o Ministério da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL). O ex-ministro permaneceu ligado à companhia até o ano passado, quando se filiou ao Podemos e lançou sua pré-candidatura à Presidência.
Na sexta-feira, Moro divulgou que recebeu US$ 45 mil mensais (US$ 24 mil com os descontos) – R$ 241 mil e R$ 128 mil respectivamente, na atual cotação – da consultoria americana Alvarez & Marsal durante um ano.
Conforme a decisão, caberá à Secretaria-Geral de Controle Externo do TCU a tarefa de buscar “todas as informações que possam guardar relação com o vínculo estabelecido entre ex-juiz Sérgio Moro e a Alvarez & Marsal, ou ainda com outras empresas envolvidas na Operação Lava-Jato”. O ministro deixa claro no documento que a equipe deve usar bases de dados do próprio TCU, mas afirma que o time está, desde já, autorizado “a utilizar todas as ferramentas de inteligência à disposição”.
Com a decisão, Dantas renova a artilharia do tribunal sobre Moro, mas afasta, por ora, o pedido do Ministério Público junto ao TCU de fazer uma espécie de devassa nas contas de Moro via pedidos ao Coaf e ao Banco Central.
O ministro Dantas circunscreveu a busca por informações aos sistemas já disponíveis aos auditores. Por meio delas, a equipe do TCU pode levantar dados como quadro societário da empresa, quantidade de empregados, participação em contratações públicas, entre outras informações.