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Mundo Tribunal russo confirma pena de nove anos de prisão a atleta americana

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Brittney Griner foi detida em Moscou por posse de óleo de haxixe. (Foto: Reprodução)

Um tribunal russo confirmou a pena de nove anos de prisão da jogadora de baquete americana Brittney Griner, condenada por tráfico de drogas em agosto, depois que funcionários do aeroporto de Moscou encontraram óleo de haxixe em sua bagagem, em fevereiro. O caso, apesar de transitar na esfera criminal, movimenta os governos dos EUA e da Rússia, ainda mais em um momento de tensões relacionadas à guerra na Ucrânia.

Griner acompanhou a sessão por videoconferência da colônia penal de Novoe Grishino, onde está presa desde fevereiro — em declarações à Corte, ela disse esperar que a pena fosse ajustada e afirmou que o período na prisão “está sendo muito, muito estressante e muito traumático”.

“Nove anos de prisão é tempo demais, algumas pessoas cometem crimes mais hediondos e recebem penas mais curtas”, afirmou a atleta, pedindo ainda que fossem notadas “omissões cometidas na instância anterior”. A defesa também pediu que fosse levada em consideração a admissão de culpa da atleta, e o fato de que o óleo de haxixe, embora proibido pelas leis da Federação Russa, era para uso médico.

Contudo, seus advogados não esperavam grandes mudanças na decisão, ou “um milagre”, e isso foi confirmado minutos depois pelo painel de três magistrados na cidade de Krasnogorsk, na região de Moscou. Na prática, houve uma alteração de um dia e meio na pena, a pedido da promotoria, relativo ao período em que a atleta passou na enfermaria. O anúncio da decisão foi acompanhado por uma representante da embaixada dos EUA.

“Brittney é uma pessoa muito forte e tem a personalidade de uma campeã”, disseram, em comunicado, os advogados de defesa. “Claro, ela tem seus altos e baixos, uma vez que está sob intenso estresse por ter sido separada de seus entes queridos por oito meses.”

Ela ainda pode recorrer a outras duas instâncias judiciais, mas os tribunais russos não são conhecidos por grandes reviravoltas em decisões do tipo, especialmente em casos envolvendo acusações de tráfico de drogas e com a participação de agentes políticos. A defesa não disse se vai apresentar novos recursos.

Bicampeã Olímpica — 2016 e 2020 — e atleta do Phoenix Mercury, da WNBA, Griner traçou um caminho seguido por várias jogadoras americanas e, em busca de salários vultuosos, aceitou o convite para jogar no UMMC Ekaterinburg durante a intertemporada no basquete dos EUA. Em fevereiro, quando estava a caminho da cidade nos Montes Urais, foi presa no aeroporto de Sheremet’evo, em Moscou, depois que agentes de segurança encontraram ampolas de óleo de haxixe, alegadamente para uso médico, em sua mala.

A legislação russa é extremamente dura com substâncias proibidas — em 2019, o motorista brasileiro Robson Oliveira foi detido também na capital russa ao tentar entrar no país com caixas de Mytedon (Cloridrato de metadona), medicamente vetado na Rússia. Ele só foi liberado dois anos depois, após mediação do governo brasileiro.

Prisão política?

O caso de Griner também é tratado na esfera governamental, no momento em que as relações entre Washington e Moscou se encontram no pior momento em décadas, situação amplificada pela guerra na Ucrânia. O governo americano considera que a prisão foi arbitrária e que o processo sofreu influência política direta: no começo do mês, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou que o julgamento do pedido de recurso era “mais um procedimento judicial fraudulento” e defendeu a libertação imediata da atleta.

Ao mesmo tempo, americanos e russos mantiveram abertos os canais para discutir o caso e possivelmente negociar uma troca de prisioneiros. Em julho, a Casa Branca ofereceu libertar o traficante de armas Viktor Bout, apelidado de “Mercador da Morte”, em troca de Griner e de um fuzileiro americano, Paul Whelan, também preso na Rússia. Moscou disse que ainda era prematuro discutir tais temas publicamente.

Um integrante do governo americano afirmou à CNN, de forma anônima, que os dois lados mantêm “um diálogo persistente”, mas que os russos ainda não apresentaram uma oferta consistente.

“Trabalhamos pesado para tentar mostrar o tipo de coisas que poderiam ser a base para resolver isso e todas as vezes em que articulamos isso, não recebemos uma oferta séria”, disse o representante americano.

Há duas semanas, o presidente Joe Biden disse que poderia se reunir com Vladimir Putin durante a cúpula do G-20, na Indonésia, se o assunto fosse a situação de Griner, aproveitando para rejeitar qualquer tipo de diálogo relacionado à Ucrânia.

“Veja, ele agiu de forma brutal”, disse Biden, em entrevista à CNN. “Acho que ele cometeu crimes de guerra. Então, não vejo nenhuma lógica em uma reunião com ele agora.”

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https://www.osul.com.br/tribunal-russo-confirma-pena-de-nove-anos-de-prisao-a-atleta-americana/ Tribunal russo confirma pena de nove anos de prisão a atleta americana 2022-10-25
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