Sábado, 25 de outubro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil O Tribunal Superior Eleitoral pede uma investigação sobre a interferência do crime organizado na política

Compartilhe esta notícia:

Principal preocupação é com o RJ. (Foto: Reprodução)

O risco de o crime organizado ampliar a sua infiltração na política levou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a acionar os órgãos de investigação e inteligência do governo federal para coibir a iniciativa dos criminosos. A preocupação é com as eleições em todo País, mas no primeiro semestre a Justiça Eleitoral encaminhou para a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e para a PF (Polícia Federal) um relatório com base na disputa de 2016 no Rio em que aponta a influência de facções criminosas e milícias em 19 zonas eleitorais de sete cidades, incluindo a capital.

O crime, porém, já esticou seus tentáculos em outros Estados, como São Paulo, Amazonas e Maranhão. O relatório do TSE lista todos os candidatos eleitos nessas áreas e tem por base, principalmente, as zonas eleitorais onde a realização das eleições só ocorre mediante reforço de policiamento e regiões que historicamente registram conflitos entre criminosos e forças de segurança. Essas áreas envolvem o voto de 9% do eleitorado fluminense, aproximadamente 1,1 milhão de pessoas.

Os maiores riscos de influência do crime organizado nas eleições, segundo o relatório, estão em 11 zonas eleitorais da capital do RJ, uma em Duque de Caxias, duas em Resende e Itatiaia, uma em São Gonçalo, uma em São João de Meriti e três em Niterói. O Rio é o exemplo mais grave da preocupação do TSE também pelo histórico.

Em 2008, uma CPI da Assembleia Legislativa do RJ revelou a atuação das milícias e como seus integrantes foram eleitos com a ajuda dos criminosos. A investigação parlamentar levou à perda de mandatos e prisão do ex-deputado estadual Natalino Guimarães e seus sobrinhos e ex-vereadores Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e Carminha Jerominho. Eles foram acusados pela CPI de integrarem o grupo que ficou conhecido como Liga da Justiça, grupo de milícias da Zona Oeste da cidade.

No ano passado, em mais uma demonstração da influência do crime na política fluminense, a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense abriu investigação sobre 13 mortes que teriam motivação política. Os assassinatos ocorreram em Seropédica, Duque de Caxias, Magé, Paracambi, Queimados, Nova Iguaçu, Nilópolis, Japeri e São João de Meriti. As investigações correm em sigilo, mas no caso de ao menos duas vítimas os homicídios comprovadamente tinham a ver com a disputa eleitoral.

A promotora de Justiça Simone Sibílio, que tem vasta experiência em investigações do crime organizado, alerta para a união entre milicianos e traficantes e lembra que o crime tem necessidade de cooptar o poder público para ampliar seus lucros. “O que a gente observa no Rio hoje é que as organizações criminosas do tipo milícia, que eram arqui-inimigas do tráfico de drogas, coexistem pacificamente”, disse.

O temor da Justiça Eleitoral é que a restrição do financiamento eleitoral ao fundo público aprovado pelo Congresso e a doações de pessoas físicas criem condições adicionais para que o crime organizado financie candidaturas ou para que seus integrantes disputem cargos diretamente. Na avaliação do TSE, o crime pode se tornar o provedor de caixa dois das candidaturas. Parte dessa crença vem das auditorias sobre as doações da eleição municipal. Das 730 mil doações, 300 mil apresentaram problemas junto à Receita Federal porque os doadores não tinham renda compatível para doações.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Policial pode ser expulso da corporação por tirar selfie do órgão sexual vestido com a farda
A construção civil se retrai no País em 2017 e segura a recuperação da economia brasileira
https://www.osul.com.br/tribunal-superior-eleitoral-pede-investigacao-sobre-interferencia-do-crime-organizado-na-politica/ O Tribunal Superior Eleitoral pede uma investigação sobre a interferência do crime organizado na política 2017-10-08
Deixe seu comentário
Pode te interessar