Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 20 de julho de 2025
Muitos produtores abandonaram o cereal em favor de culturas de menor investimento
Foto: Embrapa/DivulgaçãoEsta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O cenário do trigo no Sul do Brasil em 2025 reflete a atual situação do produtor rural, com a perda de protagonismo do cereal em nível nacional. Os resultados das últimas safras foram negativos, impactando a renda do sistema.
O trigo, mais uma vez, assumiu o papel de “patinho feio” no contexto produtivo da região. Na reta final da janela de semeadura, muitos produtores abandonaram o cereal em favor de culturas de menor investimento.
Entre as opções disponíveis, o pousio seria a decisão mais prejudicial ao sistema produtivo. Há anos não se observava uma redução tão drástica na área de trigo, semelhante à de 1990/91, quando a abertura de mercado resultou em apenas 300 mil hectares semeados.
Este ano, o movimento foi parecido, mas em menor escala. No Sul, entre o RS e o PR, culturas de inverno são escassas, com muitas áreas antes destinadas ao trigo agora ocupadas por plantas de cobertura, como aveia e nabo. Os agricultores que optaram pelo trigo geralmente o fizeram com atraso, e a janela de semeadura está em andamento.
O crédito chegou tardiamente, e a insegurança influenciou as decisões. Estimo que a área de semeadura no Rio Grande do Sul fique entre 700 e 800 mil hectares, com lavouras de baixo a médio investimento.
O impacto é evidente: os produtores de sementes não conseguiram comercializar 50% dos volumes, afetando toda a cadeia. Menos área significa menos produção, insumos e serviços, resultando em um cenário incerto. “O Agro é uma fábrica ao céu aberto!”
*Márcio Só e Silva, engenheiro agrônomo e pesquisador da Semevinea Genética Avançada
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