Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de maio de 2018
O triplex em Guarujá (SP), atribuído pelo MPF (Ministério Público Federal) ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi arrematado por R$ 2,2 milhões. O prazo final para a primeira praça era até as 14h de terça-feira (15). O lance foi feito por um usuário de Brasília faltando quatro minutos para o término do leilão.
O vencedor terá 72 horas para fazer o pagamento. O leiloeiro tem comissão de 5% do valor da venda. De acordo com os organizadores da Marangoni Leilões, responsável por conduzir o leilão, houve um outro lance de R$ 2,2 milhões, mas o usuário enviou um e-mail dizendo que ofertou equivocadamente. O juiz Sérgio Moro cancelou a proposta, de acordo com os organizadores.
Investigações
Lula foi condenado em duas instâncias no processo que envolve o triplex – em primeira, a pena fixada foi de 9 anos e 6 meses de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro; em segunda, a 12 anos e 1 mês de prisão, com início em regime fechado.
Ele foi acusado pelo MPF de receber propina da empreiteira OAS. A suposta vantagem, no valor de R$ 2,2 milhões, teria saído de uma conta de propina destinada ao PT em troca do favorecimento da empresa em contratos na Petrobras.
Líderes europeus
Seis ex-chefes de Estado e de Governo europeus, entre eles o espanhol José Luis Rodríguez Zapatero e o francês François Hollande, ambos socialistas, pediram na terça-feira (15) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril, possa concorrer às eleições presidenciais no Brasil.
No texto, ao qual a agência de notícias Efe teve acesso exclusivo, Zapatero, Hollande, os italianos Massimo D’Alema, Romano Prodi e Enrico Letta e o belga Elio di Rupo disseram que “a luta legítima e necessária contra a corrupção não pode justificar uma operação que questiona os princípios da democracia e o direito dos povos a escolher seus governantes”.
“A prisão precipitada do presidente Lula, incansável artífice da diminuição das desigualdades no Brasil e defensor dos pobres, só pode suscitar nossa comoção”, disseram os seis ex-líderes.
Os ex-líderes consideram também uma “séria preocupação” o impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff, “democraticamente escolhida pelo seu povo e cuja integridade jamais foi posta em interdição”.
Perante essa situação, apelaram “solenemente para que o presidente Lula possa concorrer livremente perante o sufrágio do povo brasileiro “.
O manifesto, sob o título “Chamada de Líderes Europeus em apoio a Lula”, foi organizado por Jean-Pierre Bel, que foi o enviado pessoal de Hollande para a América Latina (2015-2017) e presidente do Senado francês (2011-2014).