Quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
Por Jocelin Azambuja | 17 de dezembro de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A cada dia que passa, a educação brasileira afunda ainda mais em suas próprias mazelas, deixando como herança milhares de analfabetos funcionais em todos os níveis de ensino.
Quando observamos avaliações e indicadores internacionais, a decepção é ainda maior: o Brasil figura entre os últimos colocados. Até mesmo universidades que já ocuparam posições razoáveis hoje aparecem em rankings pouco honrosos para o país.
Somos uma das maiores economias do mundo, mas convivemos com uma educação nacional e regional de qualidade inaceitável. Enquanto isso, autoridades dançam, reitores dançam e estudantes dançam. Universidades consomem bilhões de recursos públicos e produzem pouco para o efetivo crescimento do país.
O ensino básico torna-se a cada ano mais frágil. Em nosso estado, o governador chegou a editar um decreto permitindo que alunos fossem aprovados mesmo reprovando em até quatro disciplinas. É possível imaginar que, diante disso, alunos e professores se sintam motivados a se esforçar? Como exigir dedicação se é possível avançar de ano sem aprender?
Muitos pensaram tratar-se de uma brincadeira, mas não era. A medida fazia parte de um pacote de “bondades” inserido em um projeto político. Da mesma forma que ocorre no governo federal, estudantes são premiados com dinheiro, suas famílias agradecem, e pouco importa se nada é aprendido. O essencial é passar a receber benefícios, avançar de série e melhorar estatísticas, especialmente às vésperas de eleições.
Fui reprovado na antiga quarta série ginasial por apenas meio ponto em uma disciplina. Hoje compreendo que aquela repetência foi correta: proporcionou-me mais conhecimento e melhor embasamento para o ensino médio e a universidade.
No Rio Grande do Sul, chegou-se ao ponto de importar uma secretária de Educação, porque não haveria pessoas qualificadas no próprio estado para ocupar o cargo pela concepção do governador. O sindicato silenciou. O Conselho Estadual de Educação, que teoricamente representa pais, estudantes e professores, manteve-se contemplativo. Em nível nacional, o cenário se repete: instituições cada vez mais políticas e cada vez menos educacionais.
A cada dia a educação é mais destruída. Há mais de 40 anos luto por ela, por acreditar que seja o único caminho para o avanço da sociedade. No entanto, sou obrigado a reconhecer que, em grande parte, ela apenas retrocede e serve apenas como discurso político — com honrosas exceções em alguns cursos e municípios.
A educação está sem rumo. O barco segue sem leme, em um país das benesses, das bolsas, dos penduricalhos e dos analfabetos funcionais. Qual o futuro da nossa juventude? Triste Educação!

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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