Por Redação O Sul | 31 de maio de 2025
Em 2024, o Brasil foi o segundo país que mais exportou aço para os Estados Unidos.
Foto: ReproduçãoO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nessa sexta-feira (30) que aumentará as tarifas do aço e alumínio em 25%, totalizando uma taxa de 50%, com o objetivo de proteger a indústria siderúrgica local. A medida, que segundo o presidente americano entrará em vigor na próxima quarta-feira (4), atingirá a indústria brasileira, uma das principais fornecedoras de aço para os EUA.
“Não vamos permitir que aço seja vendido no exterior sem a devida proteção. As taxas protegem o aço dos EUA contra dumping. Ninguém vai evitá-las”, disse ele em discurso na fábrica da US Steel em Pittsburgh.
Em sua rede, a Truth Social, Trump escreveu: “Nossos setores de aço e alumínio estão se recuperando como nunca antes. Essa será mais uma GRANDE sacudida de ótimas notícias para nossos maravilhosos trabalhadores”.
Em 2024, o Brasil foi o segundo país que mais exportou aço para os Estados Unidos, conforme relatório do American Iron and Steel Institute (Instituto Americano de Ferro e Aço). Foram enviadas 4,49 milhões de toneladas, um avanço de 14,1% em relação a 2023, quando foram exportados 3,94 milhões de toneladas.
No último ano, 61% do aço exportado pelo Brasil foi para os Estados Unidos — as vendas para todos os países somaram de 9,6 milhões de toneladas, mostra um relatório produzido pelo Itaú. Em 2015, a participação dos EUA na compra do produto brasileiro era de 40%.
Os American Depositary Receipts (ADRs) — certificados negociáveis, emitidos por bancos nos EUA, que representam ações de empresas estrangeiras — da Gerdau deram um salto de 6,46%, cotados a US$ 2,80, no pregão estendido da Bolsa de Nova York (Nyse), diante da decisão de Trump de dobrar as tarifas do aço.
A Gerdau vai na contramão desse cenário negativo para siderúrgicas brasileiras por ter fábricas nos EUA. No início do ano, bancos já previam que a siderúrgica brasileira seria beneficiada pela onda tarifária de Trump.
No discurso na fábrica da US Steel, o presidente americano disse que o próprio CEO da US Steel havia pedido a ajuda do republicano para salvar a empresa. “China estava inundando o mercado de aço dos EUA”, afirmou Trump, “evitaremos o aço de baixa qualidade de Xangai”.
A respeito do acordo da gigante de aço americana com a japonesa Nippon Steel, o presidente comemorou que a US Steel permanecerá nos EUA e disse que o Japão será um excelente parceiro e aliado.
“Nippon insistiu muito no controle da US Steel, mas nós a manteremos. Eles também investirão US$ 2,2 bilhões para aumentar a produção nos EUA”, acrescentou.
Ainda sobre a parceria, Trump confirmou que a Nippon Steel investirá US$ 14 bilhões na US Steel e que todos os trabalhadores siderúrgicos americanos manterão seus empregos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
