Sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de novembro de 2025
Com o maior porta-aviões dos EUA posicionado no Caribe, o presidente Donald Trump aprovou medidas adicionais para pressionar a Venezuela e preparar-se para a possibilidade de uma campanha militar mais ampla, segundo pessoas informadas sobre o assunto que conversaram com o jornal norte-americano The New York Times.
O republicano deu o aval para que a CIA realizasse operações secretas dentro da Venezuela. Essas medidas podem preparar o campo de batalha para ações futuras, segundo as fontes mencionadas pelo jornal americano.
Ao mesmo tempo, Trump autorizou uma nova rodada de negociações por canais indiretos com Caracas. O ditador Nicolás Maduro teria oferecido sua saída do poder após dois anos de transição, mas a Casa Branca rejeitou a oferta.
Não está claro quais poderiam ser as operações secretas da CIA e quando elas seriam realizadas. Trump ainda não autorizou combates terrestres dentro da Venezuela. Os planos podem envolver medidas de sabotagem ou operações cibernéticas, psicológicas ou de informação.
Qualquer ação por parte da CIA deve ocorrer antes de possíveis ataques militares. Os membros do governo Trump prepararam listas de possíveis instalações de drogas que poderiam ser atacadas. Washington também poderia bombardear unidades militares próximas de Maduro.
Apesar dos planos, o próprio Trump indicou que ainda está disposto a dialogar. Durante as conversas informais, Maduro disse que poderia ceder acesso à riqueza petrolífera para empresas de energia americanas.
Funcionários do governo venezuelano disseram aos americanos que Maduro poderia renunciar depois de uma transição de dois a três anos. Mas a Casa Branca quer sua saída imediata. Membros do governo admitem que não está claro ainda qual caminho o presidente americano seguirá.
Mesmo com o desfecho incerto, a Casa Branca adotou a estratégia de aumentar a pressão, ao mesmo tempo mostrando a Trump as opções sobre como ele pode levar a campanha contra a Venezuela a uma conclusão satisfatória.
Chamada de Operação Lança do Sul, o grande aumento das forças navais americanas no Caribe é o maior desde a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962. O porta-aviões USS Gerald R. Ford chegou ao Caribe no fim de semana e há 15 mil tropas na região, incluindo fuzileiros navais em navios anfíbios e soldados em bases de Porto Rico.
Além do contingente militar, os EUA bombardearam 21 barcos que, segundo o governo Trump, estavam contrabandeando drogas. Pelo menos 83 pessoas morreram. Mas a pressão militar é apenas o aspecto mais óbvio de uma campanha de pressão multifacetada.
O Departamento de Estado anunciou que designará o Cartel de los Soles como organização terrorista. Embora o grupo não seja um cartel no sentido tradicional, é uma maneira de rotular um setor do regime chavista como organização terrorista, potencialmente pavimentando o caminho para ação militar, além de aumentar a pressão sobre Caracas. As informações são do jornal The New York Times.