Sábado, 04 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2025
O ex-marqueteiro do presidente Lula, João Santana, afirma que o governo precisa continuar criando pautas mais ligadas ao campo da esquerda para chegar ao ano da reeleição de maneira competitiva. Em entrevista ao e-book “Quem será o próximo presidente?”, Santana diz que investir apenas no contraponto ao presidente americano Donald Trump não será suficiente:
“O discurso de soberania que Trump entregou de bandeja colocou de novo a faca e o queijo na mão do governo. Afinal, o tema está muito mais ligado à esquerda do que à direita. A questão é que dificilmente esse discurso terá fôlego para o ano que vem. Não será uma chama permanente.”
Santana sugere o enfrentamento da escala 6×1 como uma pauta que o governo deveria abraçar mais para sustentar a melhora da popularidade ao longo do próximo ano.
“O que é o Brasil de hoje? De um lado, uma esquerda moderada clientelista; de outro, uma direita selvagem e antidemocrática. O equilíbrio não é a busca por um centro amorfo. Se for por aí, Lula não tem condições de vencer em 2026. Isso não é papo de esquerda defasada, não. Em alguns momentos é, sim, necessário partir para alguns enfrentamentos. Há uma amnésia do governo com relação à escala 6×1. Devia estar na linha de frente das iniciativas do Planalto. Mas, se você teme reações de corporações, não vai fazer.”
Sem data
Em outra frente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nessa quinta-feira (2) que ainda não há data para uma conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas que as tratativas estão sendo feitas.
“Não tenho informação ainda de data. Mas as tratativas estão sendo feitas”, afirmou Haddad em conversa com jornalistas na portaria do ministério. Segundo ele, quem está em contato direto com autoridades norte-americanas são os ministros da Indústria e Comércio, vice-presidente Geraldo Alckmin, e de Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Haddad declarou que fará uma viagem a Washington nas próximas semanas e que esta também será uma “oportunidade de conversar”. Ele viaja para os Estados Unidos entre os dias 13 e 17 de outubro para participar em Washington das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de reuniões do G20. As informações são dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo.