Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2015
Técnicos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) preparam um cruzamento dos dados da prestação de contas da campanha à reeleição da presidenta Dilma Rousseff com os gastos do Palácio do Planalto com viagens e eventos no período eleitoral. O levantamento será avaliado junto com os depoimentos de delatores do esquema de corrupção na Petrobras no pedido de cassação feito pela oposição contra a petista e o vice Michel Temer.
A ideia é analisar se houve abuso de poder político e econômico, como diz a oposição. Os documentos já foram enviados pela Presidência à Justiça Eleitoral. No ano passado, Dilma conciliou, em viagens, eventos oficiais e atos de campanha. O PT, no entanto, ressarcia os cofres públicos pelos deslocamentos feitos com a estrutura oficial no período eleitoral.
O uso da máquina pública é um dos argumentos utilizados por partidos de oposição, puxados pelo PSDB, para pedir que o TSE casse o registro de Dilma e Temer e dê posse ao senador tucano Aécio Neves (MG) na Presidência. Na ação, a oposição sustenta ainda que Dilma deve deixar o comando do País porque as campanhas do PT teriam sido financiadas com dinheiro de corrupção na Petrobras, o que tornaria a eleição “ilegítima”.
Outra acusação é que o governo segurou a divulgação de dados oficiais durante as eleições e fez pronunciamentos em cadeia de rádio e TV para promover a petista. Já foram ouvidos o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Herton Araújo. Nesta terça-feira (14), será a vez do dono da UTC, Ricardo Pessoa, prestar depoimento.
Em seu acordo de delação premiada, Pessoa disse que doou 7,5 milhões de reais à campanha de Dilma por temer prejuízos em negócios com a Petrobras. O montante foi declarado à Justiça Eleitoral. O andamento da ação provocou novo embate entre governo e oposição, levando à troca de ataques entre Dilma e Aécio sobre golpismo.
Votos
A expectativa é de que a ação seja analisada entre agosto e setembro pelo tribunal. Dos sete ministros, cinco foram escolhidos por governos do PT e dois pelo PSDB. A indicação, no entanto, não garante um cenário favorável ao governo. (Folhapress)