Terça-feira, 21 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2015
O governo da Turquia declarou nesta segunda-feira que compartilha o sofrimento dos filhos e netos dos armênios mortos sob o Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e expressou a eles suas condolências. Turquia e Armênia, dois países vizinhos e que não mantêm relações diplomáticas, devem “curar suas feridas e restabelecer suas relações humanas”, acrescentou o gabinete do primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, em um comunicado.
A nota do premiê citou a cerimônia religiosa que será realizada no Patriarcado Armênio de Istambul na sexta-feira. Uma fonte do gabinete do primeiro-ministro disse à agência Reuters que haverá um representante do governo turco na cerimônia –o que seria inédito.
O comunicado da Turquia foi divulgado apenas alguns dias antes do centenário desses eventos. No ano passado, Ancara apresentou “pêsames” também inéditos aos descendentes de vítimas.
Para os armênios, 24 de abril de 1915 marca o início de prisões em massa e deportações que mataram 1,5 milhão de seus concidadãos como parte de uma campanha de eliminação sistemática por parte do Império Otomano, o que eles descrevem como genocídio.
A Turquia rejeita categoricamente o termo “genocídio”, reconhecido por mais de 20 países, e denuncia aqueles que o usam. O governo se refere a “assassinatos mútuos” em um império que, segundo a Turquia, estava prestes a explodir. O Brasil não reconhece o massacre.