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Geral Ucrânia já começou a receber bombas de fragmentação dos Estados Unidos

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Imagem mostra parte de uma bomba de fragmentação não detonada. (Foto: Human Rights Watch)

A Ucrânia já começou a receber dos Estados Unidos as controversas bombas fragmentárias, cujo envio foi motivo de discórdia na cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disse um general ucraniano à CNN nessa quinta-feira (13). Um dia após o encontro de líderes ocidentais em Vilna, Moscou retomou bombardeios aéreos em Kiev, que deixaram ao menos um morto, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez sua última parada na viagem à Europa na Finlândia, a mais nova integrante da aliança militar.

O início da entrega das bombas, contribuição anunciada na semana passada por Biden, foi confirmada pelo general Oleksander Tarnavskyi, comandante das Forças Conjuntas de Operação Tavria, uma unidade do Exército ucraniano. De acordo com ele, o alto comando militar decidirá “as áreas do território em que elas [as munições] poderão ser usadas”.

“Nós acabamos de recebê-las, ainda não as usamos, mas podem mudar radicalmente [o cenário da guerra]”, disse ele à CNN. “O inimigo também entende que, ao recebermos essas munições, teremos uma vantagem. O inimigo cederá parte do terreno onde será possível usá-las.”

Não está claro qual vantagem os armamentos poderão dar à Ucrânia e, no início da guerra, quando houve relatos de que os russos lançavam mão de tais bombas, a Casa Branca disse que, se comprovado, isso caracterizaria um “crime de guerra”. Os explosivos se abrem quando são disparados, dispersando centenas de granadas menores que explodem ao entrar em contato com seu alvo. Quando não detonam no impacto, viram minas que representam um risco para os civis mesmo após os conflitos terminarem.

A Convenção das Nações Unidas sobre Bombas de Fragmentação de 2008, que veta todo o uso, produção, transferência e armazenamento de tais armas, tem a participação de 123 nações, incluindo atores de peso da Otan. Estados Unidos, Rússia e Ucrânia, contudo, nunca assinaram o tratado.

Segundo o Pentágono, as remessas que irão para a Ucrânia têm um índice de falha de 2,35% ou menos. No entanto, as bombas contêm granadas mais velhas que têm uma taxa de erro de 14% ou mais, conforme noticiado na semana passada pelo New York Times. O alto risco para civis fez com que o passo dado pelos americanos não fosse abraçado na cúpula anual da Otan, que terminou na quarta em Vilna, na Lituânia.

Alemanha, Reino Unido, França, Canadá e Espanha, por exemplo, deram declarações contrárias ao envio, manifestando seu compromisso com o pacto. Washington, contudo, argumenta que são necessárias pois não há mais saída para aliviar a escassez crônica de munições e equipamentos que afeta Kiev – a força-tarefa comandada pelos americanos não consegue enviar ou produzir munição no ritmo necessário para ajudar Kiev.

Para aliviar o problema, os países do Grupo dos Sete (G7), que reúne algumas das nações mais industrializadas do planeta, anunciaram durante a cúpula da Otan um instrumento para dar garantias de longo prazo para a segurança da Ucrânia. Ele será implementado por meio de negociações bilaterais para ajudar Kiev a ter Forças Armadas “sustentáveis e capazes de defender a Ucrânia agora e deter agressões russas no futuro”.

Os pontos incluem mais assistência de segurança e equipamentos militares modernos, apoio ao desenvolvimento futuro da base industrial ucraniana, compartilhamento de inteligência e apoio à ciberdefesa, por exemplo. A recepção de Kiev, contudo, foi agridoce – a intenção do presidente Volodymyr Zelensky era ir embora de Vilna com um convite formal para se juntar à Otan, o que não ocorreu.

Kiev crê que a proteção garantida pelo Artigo 5º do tratado da Otan, que versa sobre a defesa mútua – um ataque contra um seria um ataque contra todos –, seria a melhor forma de evitar futuros ataques russos. Um grupo de nações da Otan encabeçadas pelos EUA, contudo, conseguiu impor sua vontade afirmando que seria prematuro neste momento fazer o convite formal.

Defendem que Kiev antes precisa fazer algumas reformas para garantir maiores salvaguardas democráticas, mais transparência e novas estruturas anticorrupção. Argumentam também que o convite poderia ser visto como uma provocação exagerada à Rússia, e que a adesão neste momento se equivaleria na prática a entrar em guerra com os russos.

Zelensky de início chamou as reticências de “absurdas” e afirmou que só incentivariam Moscou a continuar com as agressões, o que levou o secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, a afirmar que os ucranianos deveriam demonstrar mais gratidão aos esforços ocidentais. Ele chegou a comparar as demandas vindas de Kiev a uma lista de compras da Amazon. O conselheiro de Segurança Nacional americano, Jake Sullivan, fez comentários similares.

O tom foi amenizado no encerramento da cúpula, com Zelensky afirmando que as promessas do G7 abrem novas oportunidades de segurança e agradecendo nominalmente os líderes dos países. Depois, disse que sua bilateral com Biden durou duas horas mais que o previsto e abordou “todos os tópicos”. O democrata, por sua vez, afirmou que a adesão ucraniana à Otan será “1h20 após o fim da guerra”. As informações são do jornal O Globo.

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https://www.osul.com.br/ucrania-ja-comecou-a-receber-bombas-de-fragmentacao-dos-estados-unidos/ Ucrânia já começou a receber bombas de fragmentação dos Estados Unidos 2023-07-13
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