Quarta-feira, 08 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2019
Uma aeronave chilena com 38 pessoas a bordo ficou incomunicável pouco mais de uma hora após decolar da cidade de Punta Arenas, no extremo sul do Chile, com destino à base aérea Presidente Eduardo Frei Montalva, na Antártida, na tarde de segunda-feira (9).
O presidente Jair Bolsonaro disponibilizou aeronaves brasileiras ao governo chileno para ajudar na operação de busca. Na entrada do Palácio do Alvorada, onde parou para cumprimentar um grupo de apoiadores, Bolsonaro disse ter entrado em contato nesta terça (10) com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, para oferecer ajuda.
A comunicação com a aeronave foi interrompida enquanto ela sobrevoava o mar de Drake, uma passagem marítima entre o continente americano e a Antártica, considerado uma das mais tempestuosas do planeta.
“Nós oferecemos um avião de busca recém-adquirido. Nós colocamos à disposição dele. Sabemos das dificuldades. Aquela região, quando acontece um acidente, em poucos minutos, quem cai na água não sobrevive”, disse Bolsonaro.
Segundo o Ministério da Defesa, foram disponibilizados um SC-105 e um P3. Os dois são utilizados em operações de salvamento porque são dotados de sensores infravermelhos e equipados com tecnologia de varredura eletrônica. O governo chileno ainda avalia se aceitará a ajuda.
O presidente brasileiro afirmou que o desaparecimento “choca” e que torce para que nada tenha acontecido aos tripulantes da aeronave militar.
“Estamos torcendo para que isso não tenha acontecido. Mas choca a todos nós esses 38, a maioria militares, que desapareceram indo para a Antártida”, disse.
Além das aeronaves, a Marinha do Brasil deslocou um navio polar para ajudar na localização da aeronave chilena. A embarcação, que se encontrava em missão oficial na Antártida, deve chegar no local nesta quarta-feira (11).
O presidente chileno, Sebástian Piñera, declarou-se “consternado” e anunciou que viajará a Punta Arenas para acompanhar o trabalho de busca.
Por isso, não foi à posse do presidente argentino, Alberto Fernández, nesta terça. O Brasil foi representado pelo vice-presidente, Hamilton Mourão.
Os profissionais prestariam apoio logístico às instalações chilenas na Antártida. Estavam previstas manutenções no oleoduto de abastecimento da base e a realização de tratamentos anticorrosivos.
O avião chileno decolou às 16h55min (mesma de Brasília) da base da FACH (Força Aérea Chilena) Chabunco, e perdeu comunicação por rádio às 18h13min.
A comunicação foi cortada quando o avião sobrevoava o mar de Drake, uma passagem marítima entre o continente americano e a Antártica, considerado uma das mais tempestuosas do planeta.
O avião foi declarado como danificado após sete horas do incidente, informou a FACH, que indicou que o C-130 tinha combustível para permanecer no ar até 0h40min de terça (10). Uma das possibilidades é que ele tenha pousado no mar.
O C-130 tem sistema ELT que indica sua posição por satélite, mas durante a madrugada o dispositivo não permitiu localizar a aeronave.