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Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2020
Um avião C-130 Hercules, de propriedade canadense, caiu enquanto combatia incêndios em uma região montanhosa da Austrália nesta quinta-feira (23), matando os três tripulantes. As autoridades australianas ainda não sabem o que provocou a queda da aeronave.
“Tragicamente, parece não haver sobreviventes como resultado do acidente na área de Snowy Monaro”, disse Shane Fitzsimmons, chefe dos serviços de bombeiros rurais do estado de New South Wales, no sudeste do país.
“[A aeronave] impactou fortemente o solo e os relatos iniciais são de que houve uma grande bola de fogo em seguida. Não há nenhuma indicação, nesta fase, do que causou o acidente”.
Um porta-voz da Autoridade de Segurança da Aviação Civil da Austrália disse que a aeronave entrou em um vale para derrubar o líquido usado no combate às chamas e não conseguiu subir.
Fitzsimmons disse que o avião foi alugado pela empresa canadense de combate a incêndios Coulson Aviation, que tinha um segundo C-130 Hercules trabalhando na operação de incêndios florestais da Austrália.
Aviões deste tipo costumam ter capacidade para despejar até 15 mil litros de água ou agentes químicos que retardam as chamas, auxiliando o combate a incêndios em áreas remotas.
Desde setembro, as queimadas na Austrália já mataram ao menos 32 pessoas e destruíram mais de 2.500 casas. A área devastada já ultrapassa os 10 milhões de hectares (quase metade do estado de São Paulo), e estima-se que mais de 1 bilhão de animais tenham morrido.
Coalas
Estima-se que cerca de 25 mil coalas tenham morrido nos incêndios. Esse número, segundo estimativas anteriores às queimadas, corresponde à metade da população dos mamíferos que habitavam o país.
Os animais costumam subir até a copa das árvores para se proteger do fogo, mas com ventos soprando a 60 km/h e as chamas alcançando mais de 70 metros acima do chão, as chances de sobrevivência dos coalas diminuem.
Os cientistas alertam que o número de mortes é mais grave porque grande parte delas aconteceu na Ilha Kangaroo, única região da Austrália onde os coalas estão livres da clamídia. A doença sexualmente transmissível, que também é encontrada nos humanos, costuma atingir populações inteiras no continente e afeta severamente a saúde desses animais.
Toda essa preocupação soou alarmes precoces na mídia de que o animal estaria “funcionalmente extinto”, termo não oficial usado para quando uma espécie não tem membros individuais suficientes para produzir gerações futuras ou desempenhar um papel no ecossistema.
Até agora, a espécie era classificada como “vulnerável”, terceiro nível dos sete na escala de risco de extinção. Alguns cientistas consideram elevar essa classificação para que eles sejam considerados “em perigo”.
Árvores-dinossauros
Uma operação conduzida por bombeiros da Austrália salvou os últimos exemplares de pinheiros Wollemi, chamados de “árvores-dinossauros”, dos incêndios que varrem o país.
Os pinheiros Wollemi são chamados assim, pois existem há 200 milhões de anos.
A sua localização exata é um segredo guardado a sete chaves. Restam apenas 200 árvores da espécie no mundo, nos cânions do Parque Nacional Wollemi.
Alguns dos pinheiros foram consumidos pelas chamas, mas a floresta foi salva dos incêndios.
Aviões lançaram um retardador de chamas ao redor das árvores, enquanto bombeiros montaram um sistema de irrigação para regá-las.