Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 26 de maio de 2017
Após acumular uma fortuna de US$ 15 bilhões extraindo petróleo, Viktor Vekselberg quer conquistar um lugar na história com a energia solar. O magnata russo e sua empresa Renova Group planejam uma iniciativa para superar o recorde de voo ininterrupto ao redor do globo com um avião movido exclusivamente com a energia do sol.
Se tudo sair bem, um único piloto voará durante cinco dias em línea reta a altitudes de até 16 quilômetros, cerca de um terço acima da altitude dos aviões comerciais. O projeto é mais que um golpe de publicidade.
O avião estilo planador com 36 metros de envergadura testará tecnologias que serão utilizadas para fabricar novas gerações de aviões autônomos para fins militares e comerciais, dizem especialistas do setor aeroespacial. Eles voarão de forma contínua, terão muito mais autonomia e controle do que satélites e expandirão as capacidades de transmissão, comunicação e espionagem para todo o planeta.
Tentativas anteriores empregaram vários voos. A suíça Solar Impulse, com parceiros como Google, Dassault Aviation e ABB, fez 17 escalas para completar sua volta ao mundo no ano passado. “Nosso voo deveria comprovar que é possível fazer voos de longa distância com energia solar”, disse Mikhail Lifshitz, diretor de desenvolvimento de ativos de alta tecnologia da Renova e instrutor de pilotos certificado. Um avião de teste que será um “laboratório alado” estará pronto até o fim do ano, disse Lifshitz em entrevista.
O avião da Renova utilizará os chamados “supercapacitores”, que são baterias extremamente eficientes, para ativar seus propulsores e armazenar a energia gerada pelos painéis solares no lado de cima e de baixo do avião. Os painéis aproveitarão a luz direta e a difusa para absorver energia diretamente do sol e de raios refletidos nas nuvens. À noite, o avião conservará energia voando a altitudes mais baixas e voltará a subir quando o sol sair.