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Colunistas Um câncer chamado corporativismo

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O corporativismo, infelizmente, tomou conta de muitas economias no mundo e segue criando crises e bolhas atrás de crises e bolhas. (Foto: Freepik)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Infelizmente, desde os primórdios do capitalismo, ele vem sendo confundido com o corporativismo. Pois bem, como identificar se há confusão no entendimento desses dois sistemas? É muito fácil, bastam duas perguntas: 1) O Brasil é um País capitalista? 2) Você defende o pequeno empresário e condena os gigantes enrolados nos escândalos de corrupção com os políticos?

Se a resposta para as duas perguntas for sim, a chance de haver confusão na conceituação dos dois sistemas é de praticamente 100%.

O corporativismo é o sistema no qual os negócios privados têm espaço, o mercado não é altamente regulado nem altamente fechado, porém, existe interferência direta e indireta do Estado na economia. É praxe a criação de monopólios e oligopólios, seja pelas concessões, seja pelas privatizações “conduzidas”, seja pelas facilidades, privilégios e subsídios, seja pelo suborno. Quando há intromissão do Estado no livre mercado, a realidade é sempre a mesma: aumento de preços, queda de qualidade, piora de distribuição e alto risco de corrupção.

Infelizmente, devemos considerar que os políticos não estão aqui para o bem do povo, que não estão aqui para fazer o que é melhor para os indivíduos de uma nação, mas que estão aqui para ocupar espaços, angariar poder e, se possível, lucrar com isso. Basta ver todos os escândalos de corrupção aos quais fomos submetidos ao longo de todo o Brasil democrático para comprová-lo. Não por acaso, todos se deram pela associação imoral entre Estado e grandes empresários, estes ligados diretamente com o fornecimento de produtos e serviços para aquele.

O capitalismo, por sua vez, é o sistema pelo qual o mercado é regido pela demanda de seus consumidores, possibilitando a livre concorrência, sem usar-se de benefícios arbitrários concedidos pelo Estado. Já na Idade Média, o capitalismo mostrava-se existente, ainda que sem a alcunha recebida após a Revolução Industrial. Ele surgiu como um movimento contrário ao mercantilismo feudal, em que o corporativismo reinava de maneira absoluta. Apenas os amigos do rei eram empresários e industriais, e tinham como função servir apenas à coroa. Os demais cidadãos ou morriam de fome ou tratavam de sobreviver da agricultura. Eis que surgiu um movimento em que indivíduos insatisfeitos começaram a ofertar produtos para todos do lado de fora dos feudos. Esta é a essência do capitalismo, alcançar ambições próprias e individuais a partir da satisfação da demanda de pessoas dispostas a consumir espontaneamente bens e serviços, em troca de algo que valha o que o consumidor está disposto a pagar. O capitalismo surgiu para quebrar o corporativismo.

É vital sermos capazes de distinguir os dois sistemas, pois o corporativismo surgiu a partir da interferência “dosada” do Estado no livre mercado, enquanto o capitalismo criou e mantém o livre mercado. O capitalismo é o sistema voltado para o mercado, enquanto o corporativismo é o sistema voltado para os negócios, independentemente da sua origem e do seu destino. O corporativismo, infelizmente, tomou conta de muitas economias no mundo e segue criando crises e bolhas atrás de crises e bolhas. E o pior de tudo: seguem culpando o capitalismo.

* Felipe Morandi
Empresário e associado do IEE

 

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/um-cancer-chamado-corporativismo/ Um câncer chamado corporativismo 2018-01-21
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