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Por Redação O Sul | 1 de setembro de 2017
Um em cada quatro cursos de nível superior avaliados pelo Ministério da Educação (MEC) no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 2016 foi reprovado. De 4.300 graduações que passaram pelo crivo do governo, 25% tiveram notas 1 e 2, consideradas insatisfatórias. O restante ficou na faixa apontada como adequada: 40% com conceito 3, 25% na menção 4, e 6% atingiram o máximo, de 5. Dois por cento não tiveram conceito atribuído por questões técnicas. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira.
Calculado a cada três anos para um determinado bloco de cursos, o Conceito Enade é um indicador de qualidade obtido a partir das médias obtidas no exame pelos estudantes concluintes. Em 2016, a avaliação abrangeu bacharelados e licenciaturas na área de Saúde e Ciências Agrárias — como medicina, agronomia e odontologia — e cursos tecnológicos em Ambiente e Saúde, Produção Alimentícia, Recursos Naturais, Militar e Segurança — a exemplo de agronegócio, estética e radiologia.
No total, 18 cursos ofertados por 997 instituições de ensino superior foram avaliados. As faixas de desempenho no Conceito Enade, de 1 a 5, são divididas a partir de uma metodologia que distribui cada graduação de forma relativa ao conjunto. Ou seja, quanto mais acima da média, mais o curso se distancia da menção 3 rumo às posições 4 e 5. Da mesma forma, quanto mais abaixo da média, ele se desloca para os conceitos 2 e 1.
Entre cursos de instituições públicas, o percentual na faixa satisfatória (notas 3 a 5) é de 82%, contra 66% das graduações das particulares. Com menções insatisfatórios, entre 1 e 2, estão 31% dos cursos das instituições pagas e apenas 14% das públicas.
Um outro indicador que corrobora o baixo nível de aprendizado em geral é a média obtida pelos estudantes concluintes no Enade. Com exceção do curso de medicina, que ficou com 60,3 pontos, numa escala de zero a 100, todos tiveram nota inferior a 48. O curso com mais baixo desempenho médio foi tecnologia em estética e cosmética, com menção de 38,2. Os dados se referem à prova de formação geral que, segundo o MEC, tem resultados comparáveis entre as áreas.
O Enade é formado ainda pela prova de componentes específicos, que não podem ser comparados entre si, segundo o governo, porque são testes diferentes. Mas o quadro é bastante parecido com o da formação geral, tendo a medicina no topo, com 67 pontos. Já a pior menção ficou com fisioterapia (38,3) e zootecnia (39,4). A nota geral, que integra a parte geral e específica da prova, segue a tendência. Medicina aparece com o índice mais elevado (65,4) e tecnologia em gestão ambiental, com a média mais baixa (35,6).
Os cursos que passaram pelo Enade em 2016 são agronomia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia,fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social e zootecnia. Entre as formações tecnológicas de nível superior avaliadas estão agronegócio, estética e cosmética, gestão ambiental, gestão hospitalar e radiologia. (AG)