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Brasil Um empresário disse à Polícia Federal que pagou 1 milhão de reais ao coronel Lima, amigo de Michel Temer, como propina em um contrato no aeroporto de Brasília

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O coronel João Batista Lima Filho cuidava do gerenciamento de campanhas de Temer desde os anos 1980. (Foto: Divulgação)

Uma nova testemunha prestou depoimento no inquérito que apura se um decreto presidencial beneficiou empresas do setor de portos, em troca de propina. Essa testemunha contou que o Coronel Lima, amigo de Michel Temer, recebeu propina em um contrato no Aeroporto de Brasília. O depoimento foi na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, no dia 13 de julho.

O empresário Marcelo Castanho, dono da Alumi, uma empresa de publicidade, foi ouvido pelo delegado Cleyber Malta Lopes, responsável pelo inquérito que apura se empresas do setor portuário pagaram propina em troca de um decreto do presidente Michel Temer, no ano passado.

Castanho afirmou à PF que na negociação para explorar a área do aeroporto de Brasília com publicidade, em 2014, pagou R$ 1 milhão a uma empresa do coronel João Batista Lima Filho, ex-assessor e amigo de Temer há mais de 30 anos.

No depoimento, Castanho explicou que fez uma parceria com o empresário Rodrigo Castro Neves, porque ele era próximo de José Antunes Sobrinho, na época presidente da Inframerica – responsável pelo aeroporto.

Ele contou que “quando tudo já estava acertado, em setembro de 2014”, Rodrigo Neves comunicou que havia uma mudança no pagamento. Disse ainda que R$ 1 milhão deveriam ser pagos para a Argeplan, de acordo com orientação do próprio presidente da Inframerica.

No depoimento, Castanho disse que não faria nenhum pagamento sem nota fiscal ou um contrato que justificasse esse dinheiro. E que, dias depois, recebeu um e-mail com a orientação do presidente da Inframerica de que deveria resolver esse problema com o “Doutor Lima”.

Castanho contou à PF que, quando recebeu o contrato, ele estava em nome de outra empresa, a PDA – Projeto e Direção Arquitetônica e não em nome da Argeplan. A PDA pertence ao Coronel Lima e à mulher dele, Maria Rita Fratezi.

Castanho disse ainda que nunca encontrou pessoalmente o Coronel Lima, mas que conversaram por telefone sobre o pagamento e o contrato com a PDA. O Jornal Nacional teve acesso a troca de e-mails que Castanho entregou à Polícia Federal. Em um deles o Coronel Lima cobra o presidente da Inframerica:

“Alguém precisa entrar em contato comigo ou com a arquiteta Rita Fratezi para acertar a formatação do contrato”, disse. Segundo Castanho, a PDA chegou a fazer um projeto – mas que não foi usado, por ter sido entregue depois que os painéis de publicidade já estavam instalados.

O JN também teve acesso aos pagamentos da Alumi para a PDA, um de R$ 469 mil e o outro no valor de R$ 622 mil. Castanho disse que se “não fosse a exigência” da Inframerica, nunca teria contratado a PDA”, e que não sabe pra onde foi o dinheiro que pagou a Lima.

A Polícia Federal investiga se o valor de um R$ 1 milhão foi repassado pelo Coronel Lima ao presidente Michel Temer. O coronel é um dos investigados no inquérito dos portos, e chegou a ser preso em março deste ano. A PF suspeita que ele seja um operador de propina do presidente Temer.

A defesa de Temer nega qualquer participação dele na celebração de contrato entre duas empresas privadas. João Batista Lima Filho e Maria Rita Fratezi refutaram veementemente todas as acusações e afirmaram que não cometeram qualquer ato ilícito.

A defesa de José Antunes Sobrinho declarou que ele já prestou esclarecimentos sobre o caso às autoridades.

A Inframerica declarou que tem um contrato de cessão de espaço com a empresa Alumi, mas que nunca contratou a PDA e nega as alegações e que pauta sua atuação de forma ética e com estrito cumprimento das leis.

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